A incerteza sobre as perspectivas de uma oferta multibilionária apresentada pelo fundo norte-americano KKR (KKR.N) para a valiosa rede de telefonia fixa da Telecom Italia (TLIT.MI) (TIM) fez as ações da empresa recuarem 6% na segunda-feira (16). As condições da oferta do KKR, esperada há tempos, foram muito diferentes do esperado.
Para aumentar a incerteza, o ministro da Economia da Itália, Giancarlo Giorgetti, disse que o governo de Roma poderia considerar outras opções se a oferta fosse rejeitada. O governo italiano vinha declarando seu apoio à oferta do KKR. A venda para o fundo do principal ativo da empresa telefônica é a peça central da estratégia do CEO da TIM, Pietro Labriola, para reestruturar o grupo, que tem dívidas de € 26 bilhões (US$ 27 bilhões).
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Como parte do acordo, e para fornecer garantia à estratégia, o Tesouro italiano deverá assumir uma participação de 20% na rede da TIM. No entanto, o plano apresentado pelo KKR foi pesadamente criticado pelo principal investidor da TIM, o grupo francês Vivendi, que tem pressionado por um preço mais alto e questionado a sustentabilidade do negócio remanescente.
A TIM informou na segunda-feira que a KKR apresentou uma oferta vinculativa pela rede. Segundo fontes familiarizadas com o assunto, a avaliação final do KKR superou € 20 bilhões, incluindo as dívidas.
O que afetou a percepção do mercado foram algumas variáveis ligadas a uma potencial combinação futura com a Open Fiber, empresa de telecomunicações controlada meio a meio pela estatal Enel e pelo CDP Equity, fundo soberano italiano. A oferta do KKR é válida até o dia 8 de novembro, com prorrogação até 20 de dezembro.
Outros pontos cruciais para definir o valor da oferta, que é muito complexa, são um contrato de 20 anos que estabelece a relação entre a rede e as demais atividades da TIM, e uma oferta separada pela rede de fibra ótica Sparkle.
O governo vê toda a rede da TIM como um ativo de relevância estratégica para o país, e já havia sinalizado que pretende garantir o controle total da Sparkle, cuja rede de cabos se estende por mais de 600 mil km e tem presença direta em 32 países.
O ministro Giorgetti disse que a decisão final cabe ao conselho e aos acionistas da TIM, descrevendo a situação como muito complexa. “A proposta da KKR respeita o interesse público, os números têm sido amplamente debatidos, pois o Estado não pode revelar nada”, disse Giorgetti na segunda-feira numa conferência de imprensa de apresentação do orçamento para 2024. “Vamos ver o resultado final, se não der certo, pensaremos em alternativas”, disse.
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