“Eu não posso acreditar que consigo fazer música como carreira”, disse Taylor Swift na estreia do novo filme sobre sua turnê, Taylor Swift: The Eras Tour, diante de um público de mais de 2.000 Swifties que incluía Adam Sandler, Mariska Hargitay e até Beyoncé. “Isso é loucura. Nunca me diverti tanto na minha vida como na The Eras Tour. É de longe a experiência mais eletrizante da minha vida.”
É também a mais lucrativa. De março a agosto, a turnê teve 56 shows em estádios em 20 cidades dos EUA e na Cidade do México, arrecadando mais de US$ 780 milhões e rendendo à rainha do pop de 33 anos cerca de US$ 305 milhões.
Abrangendo quase duas décadas e 10 álbuns, a Eras Tour é mais do que uma retrospectiva da carreira de Swift, é também um fenômeno financeiro. Por causa do tremendo impacto econômico que as turnês têm nas cidades, Swift e Beyoncé – que arrecadou cerca de US$ 145 milhões com a Renaissance World Tour – foram creditadas pelo Morgan Stanley por adicionar US$ 5,4 bilhões à economia dos EUA no terceiro trimestre.
Veja as turnês mais lucrativas de 2023
Ambas as estrelas continuarão a arrecadar milhões com o lançamento dos filmes sobre suas turnês. O de Swift, cuja produção custou cerca de US$ 15 milhões, segundo o New York Times, deverá arrecadar mais de US$ 125 milhões nas bilheterias dos EUA neste fim de semana de estreia, e outros US$ 60 milhões internacionalmente. Renaissance: A Film By Beyoncé estreia em 1º de dezembro. (As estimativas da Forbes não incluem receitas potenciais ou de pré-venda dos filmes.)
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Gastos das turnês mais lucrativas
Mas nem todo dinheiro movimentado por uma turnê vai diretamente para o bolso do artista. “Quando você faz turnês dessa magnitude, você pode ter uma equipe de centenas de pessoas prestando serviços”, disse Jarred Arfa, chefe de música global do Independent Artists Group, que representa Billy Joel e Metallica, entre muitos outros.
O quadro de uma turnê global normalmente inclui companheiros de banda, cantores e dançarinos de apoio, membros da equipe, engenheiros de som e designers de iluminação e palco, todos os quais se deslocam de cidade em cidade com o artista principal. É claro que os locais precisam ser alugados e, no caso de estrelas que se apresentam em estádios, transformados de campo em palco. Do lado comercial, há também o gerente e o agente do headliner, além do promotor e da empresa de bilheteria, que recebem uma parte da receita bruta.
Os preços mais altos dos ingressos – os de Swift foram estimados em US$ 253 em média, rendendo a ela cerca de US$ 10 a US$ 13 milhões por noite – não significam necessariamente um salário líquido mais alto para um artista. Os custos de transporte rodoviário e de frete aumentaram significativamente desde a pandemia, e fazer turnês internacionais normalmente custa mais do que fazer shows nos EUA.
Para que uma turnê seja lucrativa, os artistas precisam “arrecadar uma quantia significativa de dinheiro em muitas datas”, diz Arfa. E isso nem sempre acontece. Miley Cyrus afirmou recentemente que “não ganhou um centavo” com sua turnê Bangerz em 2014. É por isso que patrocínios, como o acordo de Swift com a Capital One, podem ajudar a compensar os altos custos.
Apesar das despesas significativas com a turnê, a Forbes estima que os 10 músicos mais bem pagos arrecadaram mais de US$ 1 bilhão entre 1º de janeiro e 31 de agosto. Outros artistas de destaque incluem Ed Sheeran, cuja turnê Mathematics rendeu cerca de US$ 110 milhões, e Coldplay, que ganhou cerca de US$ 85 milhões este ano com sua turnê mundial Music of the Spheres. A turnê Farewell Yellow Brick Road, de Elton John, a última da sua célebre carreira, terminou após cinco anos em julho. E fez história: tornou-se a turnê de maior bilheteria de todos os tempos, com um total de US$ 939 milhões.
Pelo menos até o próximo ano.
A segunda metade da Eras Tour de Swift será retomada em novembro com shows na Ásia, Europa, América do Sul – com passagem pelo Brasil –, antes de retornar à América do Norte. E quando terminar em 2024, espera-se que seja a primeira turnê a arrecadar bem mais de US$ 1 bilhão.
Metodologia
Os números representam os lucros antes dos impostos de 2023, de 1º de janeiro a 31 de agosto, menos taxas de representação – gerentes, advogados, agentes – e custos operacionais de viagens. As fontes incluem dados da Billboard e Pollstar, bem como entrevistas com especialistas e analistas do setor.
(traduzido por Fernanda de Almeida)
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