Os 10 jogadores de futebol mais bem pagos em 2023

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Ilustração: Stephanie Cui/Forbes

Cristiano Ronaldo, Lionel Messi e Neymar Jr. lideram o ranking dos jogadores de futebol mais bem pagos do mundo em 2023

Para convencer Neymar a deixar a Ligue 1 da França e ingressar na Saudi Pro League, seu novo clube, o Al Hilal, teve que pagar à altura. O craque brasileiro de 31 anos teria recebido uma mansão com funcionários, uma frota de carros luxuosos e acesso a um jato particular, além de bônus por vitórias em times e postagens nas redes sociais e permissão para morar com a namorada – o que é restrito pela lei islâmica. Isso tudo além dos estimados US$ 80 milhões em ganhos em campo (US$ 112 milhões totais) que Neymar deverá receber por jogar nesta temporada.

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O Al Hilal pode pagar por tudo isso. O clube é um dos quatro que o Fundo de Investimento Público de US$ 700 bilhões da Arábia Saudita assumiu em junho, além de uma figura importante para as ambições esportivas do país. Assim como fizeram com a liga de golfe LIV Golf, os sauditas estão empenhados em agitar o cenário do futebol global e criar um novo destino para os melhores talentos. 

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Os clubes da Saudi Pro League gastaram cerca de US$ 1 bilhão para adquirir 94 jogadores estrangeiros durante a janela de transferências de 2023, de acordo com a consultoria Deloitte. Isso nem sequer leva em conta as quantias oferecidas aos jogadores que se recusaram a deixar seus clubes europeus, incluindo um pacote de US$ 1,1 bilhão supostamente oferecido para tirar o francês Kylian Mbappé do Paris-Saint Germain por um ano ou o acordo de três anos por US$ 1,6 bilhão apresentado a Lionel Messi antes de ele decidir ir para South Beach.

No total, os 10 jogadores de futebol mais bem pagos do mundo devem ganhar estimados US$ 961 milhões esta temporada, antes de impostos e honorários de agentes. Isso representa um aumento de 53% em relação à lista do ano passado, que classificou dez jogadores com um recorde de US$ 652 milhões combinados. Os jogadores da Saudi Pro League conquistaram quatro vagas no ranking deste ano e representam mais da metade dos ganhos totais de 2023, principalmente por causa de seus lucrativos negócios em campo.

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O poder da Arábia Saudita

No total, os 10 jogadores de futebol mais bem pagos do mundo devem ganhar estimados US$ 961 milhões esta temporada, antes de impostos e honorários de agentes. Isso representa um aumento de 53% em relação à lista do ano passado, que classificou dez jogadores com um recorde de US$ 652 milhões combinados. Os jogadores da Saudi Pro League conquistaram quatro vagas no ranking deste ano e representam mais da metade dos ganhos totais de 2023, principalmente por causa de seus lucrativos negócios em campo.

Cristiano Ronaldo, que liderou a lista dos jogadores de futebol mais bem pagos em 2021, retoma o primeiro lugar, com lucro total estimado em US$ 260 milhões. A sua decisão de se mudar para o Al Nassr da Arábia Saudita no início deste ano, após uma ruptura complicada com o Manchester United, deu início efetivamente ao êxodo para o país do Oriente Médio. A previsão é que Ronaldo ganhe US$ 200 milhões em campo, mas seu acordo também deve incluir salários de jogador, bem como incentivos financeiros de acordos comerciais facilitados pelo clube. E embora o Al Nassr provavelmente tenha comprado uma parte de seus direitos de imagem, ele ainda mantém um lucrativo portfólio de patrocínios, incluindo a Nike, ganhando cerca de US$ 60 milhões anualmente.

Os sauditas não são transparentes no que diz respeito aos seus negócios, especialmente em relação a gastos que parecem desafiar a lógica empresarial. A Forbes conversou com mais de uma dúzia de membros da indústria para refinar essas estimativas de contrato, e há um forte consenso de que alguns relatórios públicos sobre os salários podem estar inflacionados. Isso poderia ser uma estratégia para amenizar os danos à reputação por jogar em um país que tem sido acusado de “sportswashing”, ou lavagem esportiva, para desviar a atenção do seu histórico de atuação contra os direitos humanos.

Em uma entrevista recente à Fox News, o príncipe Mohammed bin Salman, presidente do Fundo de Investimento Público da Arábia Saudita, reforçou esse motivo: “Se a lavagem esportiva vai aumentar o meu PIB em um por cento, então continuarei a fazer.”

Ou esses números salariais estratosféricos poderiam simplesmente ser usados ​​para atrair mais jogadores a jogar contra uma concorrência menor na Arábia Saudita. Embora ocasionalmente surjam informações contratuais definitivas, incluindo documentos vazados e registros públicos, especialistas do futebol sugerem que alguns dos números relatados são suposições fundamentadas, às vezes reunidas por intermediários com envolvimento limitado nos respectivos negócios.

Nos últimos 18 meses, o Centro de Resolução de Disputas da FIFA ouviu 21 casos movidos por jogadores contra clubes sauditas, com reclamações que vão desde rescisão de contrato injusta até falta de pagamento de salários, segundo a “The Athletic”. Os jogadores venceram os casos e o valor total pago aos atletas prejudicados foi de mais de US$ 16 milhões. No ano passado, em meio a preocupações crescentes sobre a viabilidade dos pagamentos, a FIFPro, o sindicato internacional que representa 65 mil jogadores, aconselhou os atletas a não se mudarem para a Arábia Saudita.

De olho nos craques

Por enquanto, os sauditas podem emitir cheques com quantos zeros quiserem, graças aos seus amplos recursos financeiros. Entretanto, os regulamentos do Fair Play Financeiro na Europa impedem os clubes de gastar mais do que ganham, o que significa que as Cinco Grandes Ligas só conseguem acompanhar até certo ponto. “Todo mundo ainda está de olho em Cristiano Ronaldo, Benzema e todos esses jogadores de classe mundial”, diz Rossi Biddle, proprietário da empresa de marketing esportivo XtraTimeFC. “Mas esses caras só têm mais dois anos de carreira, então o que [os sauditas] vão fazer? Vão recorrer aos principais clubes europeus para tirar os seus jogadores mais velhos? Ou veremos negócios no estilo Messi muito em breve?”

Para atrair o argentino de 36 anos para a Major League Soccer, o acordo de Messi com o Inter Miami inclui supostamente uma redução nas receitas dos parceiros da liga Adidas e Apple TV, e uma opção de comprar uma participação no Inter Miami quando ele pendurar as chuteiras. Combinado com ganhos anuais fora de campo de US$ 70 milhões, que aumentaram com a vitória da Argentina na Copa do Mundo de 2022 e sua mudança para os Estados Unidos, Messi chega ao segundo lugar do ranking, com ganhos totais projetados em US$ 135 milhões. Isso faz dele o primeiro jogador da MLS, a liga de futebol dos EUA, a aparecer entre os dez primeiros desde David Beckham em 2012. 

É claro que Messi e os outros jogadores com destino à Arábia Saudita, Benzema do Al Ittihad (US$ 106 milhões) e Sadio Mané do Al Nassr (US$ 52 milhões), não são os únicos a descontar grandes cheques. Mbappé, que caiu do primeiro lugar no ano passado para a quarta posição este ano, lidera entre os jogadores europeus, com ganhos estimados em US$ 120 milhões. Três jogadores da Premier League também aparecem no ranking, incluindo os companheiros de equipe do Manchester City Erling Haaland (US$ 58 milhões) e Kevin De Bruyne (US$ 39 milhões) e Mohamed Salah do Liverpool (US$ 53 milhões). Harry Kane, em sua primeira temporada no Bayern de Munique, ​​completa o top 10, com ganhos totais projetados de US$ 36 milhões.

Metodologia

O ranking da Forbes dos jogadores de futebol mais bem pagos do mundo representa o total combinado de ganhos em campo para a temporada 2023-24, incluindo salários base, bônus e, em alguns casos, acordos de direitos de imagem com clubes e estimativas fora de campo que refletem ganho anual proveniente de patrocínios, licenciamento, aparições e objetos de colecionador, bem como negócios operados pelos jogadores. 

No caso de atletas como Cristiano Ronaldo e Lionel Messi, em que os patrocinadores de clubes ou ligas subsidiam os seus contratos, esse valor é contabilizado nas estimativas em campo. Os números são derivados de bancos de dados disponíveis publicamente, incluindo Capology.com, e de conversas com especialistas do setor.

Todos os valores são convertidos para dólares americanos usando a taxa de câmbio atual. A Forbes não inclui receitas de investimentos, como pagamentos de juros ou dividendos, mas contabiliza pagamentos de participações acionárias vendidas pelos atletas. A Forbes não deduz impostos ou taxas de transferência e de agentes.

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