O dólar à vista emplacou nesta terça-feira (3) a segunda sessão consecutiva de fortes ganhos no Brasil, encerrando acima dos R$ 5,15, na maior cotação desde março, em mais um dia de avanço das taxas dos títulos norte-americanos e após novos dados de emprego reforçarem a expectativa de juros mais altos por mais tempo nos EUA.
O dólar à vista fechou o dia cotado a R$ 5,1559 na venda, em alta de 1,74%. Esta é a maior cotação de fechamento para a moeda norte-americana desde 28 de março deste ano, quando atingiu R$ 5,1657 .
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Na B3, às 17:27 (de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento subia 1,73%, a R$ 5,1725.
Desde 20 de setembro, quando o Federal Reserve realizou seu último encontro de política monetária, o mercado de Treasuries vem se ajustando à perspectiva de juros maiores nos EUA, por um período mais longo, o que dá força ao dólar.
No início desta terça-feira (3), a moeda norte-americana já oscilava em alta no Brasil, puxada novamente pelo exterior, onde o dólar subia ante a maioria das demais divisas, na esteira dos Treasuries. Os rendimentos dos títulos dos EUA tiveram mais uma sessão de alta, atingindo máximas de 16 anos.
Nos mercados de moedas, a pressão se intensificou às 11h, após o Departamento do Trabalho informar, por meio do relatório JOLTS, que as vagas de emprego em aberto nos EUA — uma medida da demanda por mão de obra — aumentaram em 690.000, chegando a 9,610 milhões no último dia de agosto. Economistas consultados pela Reuters previam 8,800 milhões de vagas de emprego em aberto em agosto.
Os números reforçaram a perspectiva de juros elevados nos EUA para segurar a inflação e fizeram o dólar disparar ante o real. Pouco antes do JOLTS, às 10h57, a divisa à vista foi cotada na mínima de R$ 5,0693 (+0,04%). Logo após a divulgação, às 11h01, a moeda era cotada perto dos R$ 5,10. E a escalada continuou.
“Os juros de longo prazo nos EUA já abriram forte hoje e durante o pregão subiram um pouco mais. O dólar acompanhou”, disse o diretor da Correparti Corretora, Jefferson Rugik. “O JOLTS veio bem acima da previsão, o que induz o mercado a acreditar que ainda teremos alguma alta nos juros dos EUA até o fim deste ano”, acrescentou.
Operador ouvido pela Reuters afirmou que ordens de stop loss (parada de perdas) foram dadas ao longo do dia no mercado futuro brasileiro. Segundo ele, com o dólar para novembro em R$ 5,130, ordens de stop foram disparadas por investidores vendidos, ampliando o avanço da moeda norte-americana também no mercado à vista.
O mercado futuro é o mais líquido no Brasil e, no limite, define as cotações do segmento à vista. Investidores vendidos são aqueles posicionados para a baixa do dólar. Em dias de forte alta, como nesta terça-feira, eles tendem a fechar posições por meio da compra de moeda.
Neste cenário, o dólar à vista atingiu a máxima de R$ 5,1620 (+1,86%) às 16h39. Para o operador ouvido pela Reuters, o movimento mais recente do dólar, considerando a atual conjuntura, deixa claro que a cotação de R$ 5,00 já ficou para trás em 2023.
No exterior, o dólar se mantinha em alta ante a maior parte das divisas no fim da tarde — ainda que o real fosse a moeda com maior perda de valor, seguido pelo peso mexicano e pelo peso colombiano.
Às 17:27 (de Brasília), o índice do dólar –que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas– subia 0,01%, a 107,020.
Pela manhã, o Banco Central vendeu todos os 16.000 contratos de swap cambial tradicional ofertados na rolagem dos vencimentos de dezembro.
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