Como a Aston Martin usou a F1 para construir um supercarro de R$ 4 milhões

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Foto: divulgação

Previsto para custar cerca de US$ 800 mil (fora opcionais), Valhalla vai encarar rivais de Ferrari e McLaren

Já se sabe que o próximo supercarro da Aston Martin, chamado Valhalla e que ficará abaixo do carro-chefe Valkyrie, entrará em produção em 2024. E que seu conjunto híbrido, formado por um motor central 4.0 V8 biturbo acoplado a três outros elétricos, alcançará 1.012 cv de potência. Agora, a marca revela a versão final do Valhalla, limitado a 999 exemplares.

Veja galeria de fotos do Valhalla, que chega em 2024:








Previsto para custar cerca de US$ 800 mil (R$ 4 milhões, fora os opcionais), o Valhalla é o sinal mais forte de que a Aston Martin quer enfrentar Ferrari, McLaren e Lamborghini. Este é o primeiro carro com motor central a ser produzido em massa pela Aston Martin e, embora 999 unidades ainda sejam um tanto limitadas, é muito mais do que os 150 cupês Valkyrie que a marca já fez.

Junto com um novo conjunto de imagens, a Aston Martin revelou como se apoiou em sua equipe de Fórmula 1 para desenvolver o Valhalla, que segundo ela atingirá 350 km/h de velocidade máxima e romperá os 100 km/h em apenas 2,5 segundos.

Foram alguns anos difíceis para o Valhalla, revelado pela primeira vez em 2019 como um carro-conceito chamado AM-RB 003 e projetado em colaboração com a equipe Red Bull. Ficou no estande da Aston no Salão do Automóvel de Genebra ao lado de um protótipo do hipercarro Valkyrie, que está atualmente em produção, e de um terceiro conceito de supercarro com motor central conhecido então como Vanquish.

Mais tarde, a Aston se separou da Red Bull, que também estava inicialmente envolvida com o Valkyrie, e agora está usando o conhecimento do automobilismo adquirido de sua própria equipe de F1 de mesmo nome para transformar o conceito Valhalla em realidade. A empresa britânica explica como a divisão Aston Martin Performance Technologies (AMPT) está ajudando com dinâmica, aerodinâmica e materiais do Valhalla, usando informações obtidas dos carros pilotados por Fernando Alonso e Lance Stroll, cujo pai Lawrence é o presidente executivo da Aston Martin.

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Claudio Santoni, diretor de engenharia da AMPT, disse: “É uma grande vantagem para um fabricante de automóveis ter acesso às habilidades e conhecimentos únicos de uma equipe de Fórmula 1. Os engenheiros estão constantemente ultrapassando os limites na busca pelo desempenho e desenvolveram ferramentas rápidas de resolução de problemas. Com esse conhecimento ‘interno’, podemos trazer perfeitamente a experiência da F1 para o desenvolvimento de carros de rua”.

A montadora afirma que 90% das características dinâmicas e a configuração do veículo ocorreram em um simulador, com apenas as etapas finais concluídas em estrada aberta. A empresa também observa como a ergonomia interior do Valhalla segue “sugestões diretas” da Fórmula 1, e que a posição do assento, com o calcanhar do motorista elevado por um piso falso, “foi otimizada com o apoio da AMPT”.

A tecnologia da F1 também foi aplicada à aerodinâmica da parte inferior da carroceria do Valhalla, mas não foi preciso cumprir regulamentos rígidos do automobilismo projetados para limitar a força descendente. O supercarro deverá, portanto, se beneficiar de “sistemas aerodinâmicos totalmente ativos na frente e na traseira do carro, que gerarão mais de 600 kg de downforce a 240 km/h”, disse a Aston Martin. A caixa de ferramentas aerodinâmicas do carro também inclui asas multielementos e uma asa dianteira que pode ficar plana para reduzir o arrasto em alta velocidade, como o sistema DRS usado pelos carros de F1 para auxiliar nas ultrapassagens.

O Valhalla utiliza três motores elétricos. Um envia potência para as rodas traseiras, juntamente com o motor V8, e atua como motor de partida e gerador, enquanto os outros dois motores acionam o eixo dianteiro, onde podem usar a vetorização de torque para distribuir a potência entre as rodas dianteiras.

A Aston diz que os testes em estrada do Valhalla começarão no final de 2023, com entregas aos clientes programadas para 2024.

 

*Jornalista automotivo e de tecnologia que escreve para a Wired UK e a para a BBC e tem uma paixão de longa data por tudo sobre quatro rodas.

(Traduzido por Rodrigo Mora).

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