Startup de design se reinventa após estagnação e desafia gigantes do setor

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Koen Bok e Jorn van Dijk, cofundadores da Framer

Em abril de 2021, Jorn van Dijk e Koen Bok, os cofundadores da startup de design Framer, enfrentaram algumas notícias difíceis. Sua ferramenta usada para criar maquetes detalhadas de aplicativos e sites havia sido um sucesso entre um pequeno grupo de designers, mas, depois de seis anos, as receitas haviam deixado seu pico de US$ 4 milhões no final de 2019 e caminhavam ladeira abaixo. “Eu percebi que o negócio não estava mais funcionando e que deveríamos descobrir para onde ir a partir dalí”, disse Van Dijk à Forbes.

Durante o almoço em um café de Amsterdã, os dois ex-designers do Facebook chegaram a uma solução: evoluir seu software para realmente construir os sites que ele cria, expandindo sua base de clientes para incluir designers e profissionais de marketing que desejam criar uma presença na web sem a ajuda de desenvolvedores caros. “Você projeta o site no Framer e, no final, clica em publicar, e nós o transformamos em um site que também hospedamos”, explicou Bok.

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A criação rápida e econômica de sites tem sido uma fórmula vencedora para startups voltadas para o consumidor, como as listadas na Nasdaq, Wix, SquareSpace, e a proprietária do WordPress, a Automattic, que foi avaliada em mais de US$ 7,5 bilhões em uma recompra de ações em 2021.

No entanto, van Dijk e Bok perceberam que as empresas com necessidades mais complexas muitas vezes precisam contratar uma equipe para atendê-las ou recorrer à concorrente de construção de sites, a Webflow. “Descobrimos um problema realmente grande e significativo, porque o design tradicional de sites acontece em uma ferramenta como a Figma, e a construção real é feita em outro lugar”, disse Bok. “O fato de serem separados torna o processo muito ineficiente.”

Em menos de 18 meses desde o lançamento desse novo produto, a startup sediada em Amsterdã aumentou suas receitas em quatro vezes, ultrapassando os US$ 10 milhões. Agora, após a captação de US$ 27 milhões na rodada Série C (a avaliação não foi divulgada), a Framer está chamando a atenção de investidores do Vale do Silício e de concorrentes como a Figma, que estão observando de perto suas ferramentas de publicação sem código e seu crescimento, informou a empresa à Forbes.

Trajetória

Bok e van Dijk começaram a desenvolver a Framer em 2015, depois de venderem sua empresa de aplicativos para Mac, a Sofa, para o Facebook em 2011. A dupla havia retornado para Amsterdã após uma temporada em Menlo Park, Califórnia, para iniciar um novo negócio focado em resolver os problemas que enfrentaram ao trabalhar no design móvel no Facebook. O objetivo? Ajudar os designers a criar “protótipos que são quase indistinguíveis do produto real”, segundo Bok.

A ferramenta de design de alta fidelidade da Framer foi um sucesso inicial, atraindo um núcleo leal de fãs designers e grandes investidores como Greylock, Accel e o fundo de venture capital europeu Atomico, que apoiaram sua rodada Série A em 2017 e a rodada Série B em 2018. No entanto, depois as receitas começaram a cair.

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“Havia algum ajuste de mercado, mas… Jorn e Koen viram evidências de que o tamanho do mercado para aquele produto era limitado”, diz Hillary Ball, sócia da Atomico. “Mas com uma virada, há muitas incógnitas.”

Mas a virada parece estar dando resultado até agora. A Framer agora conta com clientes como o aplicativo de e-mail favorito do Vale do Silício, Superhuman.com, o rival holandês da Twilio, Messagebird, e o rival do Slack da Bytedance, Lark. “Pudemos ver uma tração imediata porque resolveu um problema real para eles e permitiu que as pessoas construíssem sites muito mais rapidamente”, diz van Dijk.

Visão de futuro

Agora, equipados com novo capital de sua rodada Série C, liderada pela Meritech Capital e com a participação de investidores existentes, incluindo Atomico e Accel, Bok e van Dijk têm os olhos voltados para a expansão internacional. Eles planejam criar widgets para atender a clientes maiores e adicionar traduções de sites com inteligência artificial.

“As empresas não querem usar recursos caros de desenvolvedores para projetar, gerenciar e hospedar sites, e o Framer dá o poder de fazer isso com sua própria equipe de design e marketing”, diz Alex Clayton, sócio-gerente da Meritech.

A Framer tem um caminho difícil pela frente ao competir de frente com alguns rivais norte-americanos estabelecidos. A Webflow (também apoiada pela Accel e Meritech) realizou sua própria rodada Série C em março de 2022, mas com receitas de US$ 100 milhões e uma avaliação de US$ 4 bilhões. Além disso, há a Adobe, que previu receitas de US$ 400 milhões em 2022 para o Figma quando anunciou planos para a aquisição da startup de design colaborativo por US$ 20 bilhões em setembro do ano passado.

Bok e van Dijk não parecem intimidados em desafiar dois rivais bem financiados ao mesmo tempo. “Unir o design e a construção de sites mudará a forma como eles são construídos”, diz van Dijk. “Assim serão construídos todos os sites no futuro, e é isso que está impulsionando nosso sucesso aqui.”

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