Como Khaby Lame se tornou o maior influenciador do TikTok – e sem falar uma palavra

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Karwai Tang/Getty Images

Khaby Lame ocupa o 11º lugar na lista da Forbes dos Top Creators deste ano, e é um exemplo do enorme potencial disponível na economia da influência

Em apenas três anos, Khaby Lame, com mais de 160 milhões de seguidores, tornou-se o tiktoker mais popular do mundo – e isso sem dizer uma única palavra. As marcas agora estão implorando para pagar uma fortuna ao comediante que faz piada sem dizer nada por um pedaço da magia das suas redes sociais.

Khabane “Khaby” Lame entra em uma mansão moderna, foge dos guardas armados e invade um cofre escondido.

Não, o influenciador italiano, que é a pessoa mais seguida do mundo no TikTok, não entrou para o crime. Lame, que em 2019 montava filtros para carros em uma fábrica nos arredores de Turim, agora é um personagem icônico do Fortnite, videogame de grande sucesso com mais de 230 milhões de jogadores mensais. “Quando comecei a fazer vídeos, as pessoas me disseram para conseguir um emprego de verdade”, diz. “Mas continuei porque é isso que gosto de fazer, mesmo que ninguém estivesse assistindo”, completa.

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Mas hoje todos os olhos estão voltados para Khaby Lame. Ele posta pequenos vídeos de comédia imitando memes famosos e zombando de acrobacias elaboradas na internet. Já tirou sarro de um chef descascando uma banana com cortes sofisticados na faca e um inventor exibindo um robô caseiro que entrega um pedaço de papel higiênico.

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Desde que ganharam notoriedade durante a pandemia, os TikToks de dois minutos de Lame atraíram 2,4 bilhões de curtidas e 162 milhões de seguidores – mais do que o triplo da população do seu país natal. No Instagram, ele tem 80 milhões de seguidores. Acumulou uma enorme base de fãs sem dizer uma única palavra, comunicando-se com o olhar expressivo e um gesto encolhendo os ombros. Assim,  tornou-se algo como o Charlie Chaplin da era digital, o mímico dos memes cujos vídeos ​​divertem centenas de milhões de pessoas de diferentes línguas e culturas.

Este ano, Lame fez vídeos no TikTok com os atores Matt Damon e Robert Downey Jr. Ele cobrou pênaltis com a lenda do futebol David Beckham e estrelou uma campanha publicitária no Super Bowl para a gigante de seguros State Farm.

A líder de marketing da State Farm, Alyson Griffin, diz que fez parceria com Khaby porque ele era o TikToker mais popular nos EUA, além de ser uma marca segura, caprichoso e alguém com quem poderia trabalhar a longo prazo para expandir seu investimento inicial. “O Super Bowl foi assistido por 115 milhões de pessoas”, diz. “Nosso vídeo principal do TikTok com Khaby teve 220 milhões de visualizações, além de todos os seguidores, curtidas, comentários e compartilhamentos”, completa.

Para Lame, o silêncio vale ouro. A Forbes estima que, desde junho de 2022, ele tenha arrecadado US$ 16,5 milhões (R$ 83,2 milhões) em acordos com empresas como Hugo Boss, Binance e o banco do Oriente Médio QNB – além de suas parcerias com o Fortnite e a State Farm. Hoje, ele cobra US$ 750 mil (R$ 3,7 milhões) para apresentar um produto em uma postagem no TikTok e no Instagram. A marca deve se adequar à sua imagem. “Recuso a maioria dos pedidos”, diz ele. “Quero trabalhar limpo. Nunca trabalhei com uma empresa de bebidas alcoólicas, cigarros ou qualquer coisa que faça mal porque muitas crianças me seguem”, completa.

Khaby Lame entre os Top Creators 2023

Lame ocupa o 11º lugar na lista da Forbes dos Top Creators deste ano e é um excelente exemplo do poder e dos lucros disponíveis na economia dos influenciadores. Para classificar os principais criadores do mundo, analisamos dados sobre ganhos, número de seguidores, taxas de engajamento e negócios de milhares de personalidades da internet, com a ajuda da empresa de marketing de criadores Influential. Entre junho de 2022 e junho deste ano, os 50 principais criadores alavancaram seus 2,6 bilhões de seguidores somados nas redes sociais para obter ganhos estimados em US$ 700 milhões (R$ 3,5 bilhões). Isso representa um salto de 23% em relação aos US$ 570 milhões (R$ 2,8 bilhões) de 2022.

Este ano, as marcas gastarão cerca de US$ 21 bilhões (R$ 105 bilhões) em marketing de influência, contra apenas US$ 1,6 bilhão (R$ 8 bilhões) há sete anos, de acordo com a empresa de pesquisa de mídia social Influencer Marketing Hub. “Os influenciadores são o veículo de mídia e negócios mais poderoso já inventado”, diz Erin Lanuti, diretora de inovação da gigante de publicidade Omnicom Group. “Eles têm mais confiança do público do que anúncios de propaganda. Eles podem vender produtos em minutos. Podem construir uma marca de bilhões de dólares sem qualquer outro marketing. E eles podem destruir uma marca de um bilhão de dólares com uma postagem.”

E eles conhecem esse poder e estão usando sua influência para passar das mídias sociais para outros setores. Jimmy “MrBeast” Donaldson, de 25 anos, que ocupa o primeiro lugar na lista dos maiores creators pelo segundo ano consecutivo, usou seu canal no YouTube com 180 milhões de assinantes para lançar uma empresa de lanchonetes chamada Feastables e uma rede de fast food, Beast Burger. Addison Rae e Bella Thorne passaram de dancinhas e músicas no TikTok para fechar grandes contratos com gravadoras. Quanto a Lame, ele espera que sua participação no Fortnite sirva de trampolim para uma carreira em Hollywood. Em junho, seu curta-metragem documental (e estreia na direção) “I Am Khabane” estreou no Festival de Cinema de Taormina, na Itália. “Adoro escrever histórias e filmes”, diz ele. “Quero ser ator – e dirigir também.”

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