O Banco Central melhorou sua estimativa de crescimento para a economia brasileira em 2023 a 2,9%, de 2,0% estimados em junho, mostrou o Relatório Trimestral de Inflação divulgado nesta quinta-feira, que também apresentou projeção de alta de 1,8% para o Produto Interno Bruto (PIB) de 2024.
O Ministério da Fazenda divulgou neste mês que espera um crescimento de 3,2% neste ano e de 2,3% no ano que vem. A pesquisa Focus mais recente, por sua vez, apontou que o mercado prevê uma expansão do PIB de 2,92% em 2023 e 1,50% em 2024.
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O desempenho da atividade econômica vem surpreendendo positivamente neste ano, refletindo um desempenho mais forte do setor agrícola no primeiro trimestre, seguido de dados melhores em serviços e indústria no segundo trimestre.
No documento, ao destacar que a revisão de sua estimativa de crescimento para este ano refletiu principalmente a alta observada no segundo trimestre, o BC destacou essa surpresa nos dados, mas manteve previsão de um arrefecimento à frente.
“Avalia-se que o forte crescimento no primeiro semestre em parte reflete fatores transitórios e que permanece a perspectiva de que a atividade cresça em ritmo menor nos próximos trimestres e ao longo de 2024”, disse.
Em relação à inflação, a autoridade monetária afirmou que o IPCA aumentou nos últimos três meses, mas dentro do esperado. Segundo o relatório, o movimento ocorreu porque saíram do cálculo de 12 meses os dados de inflação de meses de 2022 impactados por desonerações tributárias.
“Os núcleos de inflação recuaram, indicando que está em curso processo de desinflação, mas permanecem acima da meta para a inflação”, afirmou.
A ata da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) da semana passada mencionou que embora haja uma evolução benigna dos preços correntes, as expectativas de inflação seguem acima da meta e são fator de preocupação, com alguns diretores do BC se mostrando “particularmente preocupados” com a possibilidade de se observar uma desancoragem por período longo.
O BC cortou a Selic duas vezes em 0,50 ponto percentual nos últimos meses, com sinalização de mais reduções da mesma magnitude até o final do ano. A taxa básica de juros está em 12,75% atualmente.
A ata da reunião mostrou que o BC defendeu uma “atuação firme” para reduzir as expectativas de inflação, apontando também uma divergência entre diretores da autoridade monetária em relação à dinâmica de preços, principalmente no setor de serviços.
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