Saiba por que você deve considerar investir em índices do exterior agora

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Ao investir em um índice global, o investidor adquire uma ampla variedade de ações de diferentes empresas e setores de todo o mundo

O desempenho positivo dos índices globais em 2023, como o Nasdaq Composite dos Estados Unidos e o Nikkei 225 do Japão, sugere que investir em indicadores no exterior pode ser uma opção atrativa. Os especialistas mostram que existem vantagens nesse tipo de investimento, como diversificação instantânea, menor risco de perda total e maior liquidez.

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Para contextualizar, o boom da Inteligência Artificial (IA) fez com que o índice Nasdaq, que possui forte concentração de empresas de tecnologia, apresentasse a maior valorização em comparação com todos os índices globais, com um aumento acumulado de 29% até o fim de agosto. Em contraste, o Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, subiu apenas 5,5%.

De acordo com os especialistas, vários fatores podem estar contribuindo para o desempenho relativamente inferior do Ibovespa, como a situação econômica e política do país. “A taxa Selic tem se mantido elevada por um longo período com o intuito de controlar a inflação, o que desestimula o investimento em ativos de risco no âmbito local”, afirma Alex Nery, professor da FIA Business School.

Levando o cenário em consideração, investir em índices no exterior é uma estratégia que contribui para a diversificação do risco da carteira e pode resultar em um maior retorno em longo prazo. De acordo com Cris Madureira, diretora da FCJ Venture Builder, empresa de inovação tecnológica, investir nos índices do exterior oferece cinco vantagens:

Diversificação instantânea: Ao investir em um índice global, você adquire uma ampla variedade de ações de diferentes empresas e setores de todo o mundo, o que reduz o risco associado a um único ativo.
Menos risco de perda total: Dificilmente um índice global cairá a zero, enquanto uma ação individual pode perder todo o seu valor. Portanto, há um menor risco de perda total.
Custos mais baixos: Investir em índices normalmente tem custos mais baixos em comparação com a compra de várias ações individuais, devido às taxas de corretagem e gestão mais baixas.
Liquidez: Muitos índices globais são altamente líquidos, o que significa que você pode comprar ou vender suas participações com facilidade.
Otimização: O tempo despendido para a pesquisa e seleção individual das ações e recomposição periódica da carteira pode ser inviável, sendo mais vantajoso o investimento em índices.

Como investir na prática?

O primeiro passo, segundo Celso Pereira, diretor de investimentos da Nomad, é compreender o básico sobre os principais índices. “O investidor deve entender a tese de investimento e suas características.”

Após conhecer o índice, o investidor pode abrir uma conta em uma instituição financeira que ofereça acesso à negociação de ativos que replicam índices globais. Atualmente, muitas plataformas de investimento fornecem o serviço de abertura de conta no exterior em moeda estrangeira (contas globais), com a possibilidade de investir os recursos em ativos negociados no mercado internacional.

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No entanto, se o investidor não desejar manter uma conta em moeda estrangeira, é possível negociar no Brasil, adquirindo cotas de fundos de investimento que replicam os índices, conhecidos como ETFs (Exchange Traded Funds). Nesse caso, o investidor deve ficar atento aos custos de negociação (corretagem, emolumentos e taxa de administração) e à incidência do imposto de renda sobre os ganhos.

“Investir em índices globais pode ser adequado para uma ampla gama de investidores, desde iniciantes até experientes. Os iniciantes devem começar com produtos mais simples, como os ETFs negociados no mercado local, e considerar novas possibilidades à medida que ganharem experiência na estratégia”, afirma Nery.

Como em todo investimento, é essencial analisar os riscos

Uma desvantagem potencial do investimento em índices globais é a maior exposição a eventos macroeconômicos, como recessões, crises financeiras e mudanças nas taxas de juros em várias partes do mundo. Os investidores podem ficar expostos a vários desses riscos.

Outro ponto que precisa ser considerado é a exposição cambial, pois investir em índices globais envolve a negociação de ativos em moedas diferentes. As flutuações cambiais afetarão os retornos dos investimentos e, em alguns casos, podem transformar as valorizações em moeda estrangeira em retornos negativos quando calculados na moeda local.

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Além disso, de acordo com Pereira, outra desvantagem dos índices de ações é que o investidor pode deixar de capturar retornos específicos de ações com desempenho excepcional.

Por exemplo, o índice S&P 500 valorizou 14% em 2023 até 25 de setembro. No entanto, sete gigantes da tecnologia que pertencem ao índice, apelidadas de “Magnificent 7” (as sete ações magníficas: Tesla, Meta, Alphabet, Apple, Microsoft, Amazon e NVIDIA), acumulam alta de 84,6% no mesmo período.

Por esse motivo, os investidores devem estar muito atentos ao escopo do índice para entender o risco do que está ou não incluído no investimento.

Conheça os principais índices

Alguns dos principais índices globais incluem o S&P 500 (EUA), o FTSE 100 (Reino Unido), o DAX (Alemanha), o Nikkei 225 (Japão) e o MSCI Emerging Markets Index (Mercados Emergentes). Cada um desses índices tem composição e foco geográfico diferentes.

S&P 500: É um índice composto por 500 das maiores empresas publicamente negociadas nos Estados Unidos (NYSE ou Nasdaq) e reflete o desempenho das principais empresas internacionais em vários setores, incluindo tecnologia, saúde, finanças, consumo, energia e muito mais. É um índice de referência em termos de diversificação.
FTSE 100: É um índice composto pelas 100 maiores empresas listadas na Bolsa de Valores de Londres, que inclui empresas de diversos setores, como finanças, energia, saúde, bens de consumo, entre outros.
DAX: Índice composto pelas 30 maiores empresas listadas na Bolsa de Frankfurt, na Alemanha. Ele representa as empresas mais influentes e bem capitalizadas na Bolsa de Frankfurt, em setores como automotivo, tecnologia, indústria química, entre outros.
Nikkei 225: É um índice composto pelas 225 maiores empresas listadas na Bolsa de Tóquio, no Japão, e reflete o desempenho de empresas de diferentes setores como tecnologia, automotivo, eletrônicos, entre outros.
MSCI Emerging Markets Index: É um índice que rastreia o desempenho de ações de mercados emergentes em todo o mundo. Ele inclui empresas de países em desenvolvimento, com um foco mais amplo, e abrange empresas de mercados emergentes de várias regiões, como China, Índia, Brasil, Coreia do Sul, entre outros. Ele reflete uma variedade de setores e indústrias.

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