Ibovespa cai devido à aversão global; Ata e prévia da inflação estão no radar

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O mau humor internacional influencia o desempenho do Ibovespa, que opera em queda nesta terça-feira (26). O mercado está reagindo à prévia da inflação, que acelerou em setembro, e à ata do Comitê de Política Monetária, que sinaliza novas reduções na taxa básica de juros, a Selic. Além disso, nos Estados Unidos, a paralisação do governo devido à falta de acordo orçamentário e os discursos dos dirigentes do Federal Reserve, que indicam que os juros permanecerão elevados por mais tempo do que o esperado, estão sendo observados pelos investidores. Na China, a crise imobiliária também está contribuindo para a aversão ao risco.

Por volta das 10h20, o principal índice da Bolsa de Valores apresentava uma queda de 0,35%, atingindo 115.517,07 pontos. Enquanto isso, o dólar registrava um aumento de 0,06%, sendo negociado a R$ 4,96.

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O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15), que é uma prévia da inflação brasileira, subiu 0,35% em setembro, após uma alta de 0,28% em agosto, conforme divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado do indicador ficou ligeiramente abaixo da expectativa da pesquisa da Reuters, que projetava um avanço de 0,38%. Com esse resultado, o IPCA-15 acumulou um aumento de 5,0% nos últimos 12 meses até setembro, em comparação com 4,24% no mês anterior, superando a projeção dos analistas de 5,01%. Esse aumento reflete o impacto do significativo reajuste nos preços dos combustíveis anunciado pela Petrobras em meados de agosto (PETR4;PETR3).

Para o Banco Central, as próximas reduções na taxa de juros contribuirão para manter uma política monetária contracionista, necessária para o processo de desinflação. Conforme destacado na ata do Copom, todos os membros do Comitê “concordaram unanimemente” com a expectativa de novos cortes de 0,50 ponto percentual nas próximas reuniões.

No cenário internacional, prevalece a aversão ao risco, com as duas maiores economias globais enfrentando desafios econômicos. Nos Estados Unidos, políticos divergem sobre legislações de curto prazo para o orçamento federal, visando evitar um “shutdown” do governo devido à falta de recursos. A data limite para evitar esse cenário é 1º de outubro. A agência de classificação de risco Moody’s alertou que, caso isso ocorra, destacaria a fragilidade da institucionalidade e governança do país.

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Além disso, os investidores estão atentos ao tom “hawkish” (postura de combate à inflação por meio do aumento dos juros) dos dirigentes do Banco Central norte-americano. O presidente do Fed de Chicago, Austan Goolsbee, afirmou em entrevista à CNBC que os juros nos Estados Unidos provavelmente permanecerão elevados por mais tempo do que o atualmente estimado pelos mercados. Após essa declaração, o CEO do JP Morgan, Jamie Dimon, expressou preocupação com a possibilidade de as taxas de juros de referência do Federal Reserve atingirem 7%, juntamente com um cenário de estagflação.

Por outro lado, a crise imobiliária na China continua sendo um foco de preocupação para os investidores, com a incorporadora Evergrande descartando um plano de reestruturação de dívida e declarando incapacidade de emitir novas dívidas.

Confira os principais índices:

EUA (futuros):

Dow Jones: -0,50%
S&P 500: -0,61%
Nasdaq: -0,62%

Europa:

DAX (Frankfurt): -0,86%
FTSE100 (Londres): +0,10%
CAC 40 (Paris): -0,82%

Ásia:

Nikkei (Tóquio): -1,06%
Kospi (Coreia): -1,31%
Xangai (China): -0,43%

(Com Reuters)

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