Você já ouviu falar no ballet fly? A modalidade mistura acrobacia aérea em tecidos com os movimentos do ballet e contribui tanto para a saúde física quanto mental dos praticantes.
O método foi criado pela dançarina e educadora física, Letícia Marchetto. Ela explica que, através do movimento, os alunos exploram novas sensações e ampliam sua consciência corporal.
“Existe um momento em que uma pessoa descobre algo sobre ela mesma. Todas as vezes em que estou ensinando, presencio uma pessoa vivendo esse momento de descoberta. Hoje há uma tendência de busca por atividades que estimulem o empoderamento pessoal”, diz.
Novas amizades
Segundo Letícia, fazer aulas de ballet fly também é uma oportunidade para trocar experiências. Ela conta que as amizades formadas nas aulas são tão fortes que acabam se expandindo para fora da escola de dança.
“Há alunas que se conheceram em aula e uma incentiva a outra a não faltar. Tem aquelas que ficaram amigas por serem dupla de apresentação. Também tem as alunas que se conhecem em aula, descobrem que gostam dos mesmos eventos e hoje saem juntas para as festas”.
De acordo com a professora e especialista, essa é uma oportunidade relevante inclusive para pessoas tímidas, pois pode ajudar a aumentar sua autoestima e confiança.
“Acredito que exista um momento na vida em que os ambientes para conhecer pessoas vão ficando mais limitados. Pessoas que passaram por uma separação ou que estão se mudando, por exemplo, ou que viram seu ciclo social reduzir ao longo dos anos, podem se beneficiar muito”.
Superar desafios
Além de aulas nos tecidos acrobáticos em sua escola, o Studio Let’s Pilates, que fica em São Paulo (SP), Letícia também organiza e apresenta o evento “Ballet fly na Praça”, realizado periodicamente na Praça Ayrton Senna.
Na ocasião, alunas de todas as idades elaboram coreografias no tecido e se apresentam ao público, seja para a família, amigos, convidados ou pessoas que estão passando pela praça e param para conhecer o ballet fly.
“Se você se cansa e quer ir embora no meio [da apresentação], não é um desrespeito ao artista, como seria num teatro. Se você quiser experimentar, tem um tecido lá, com um professor para te orientar. O público não precisa ficar em silêncio absoluto. Pode conversar, tirar foto, rir junto. É descontraído”, explica Marchetto.
A dançarina também afirma que a dança no tecido acrobático já é voltada e pensada para apresentações. “Ela é feita para o outro, e dançar para o outro é um ato de coragem. Apresentar-se no evento é opcional. Quem decide participar assume uma situação que, por um lado, é de exposição e desafio; por outro, é empoderadora”, finaliza.