Forbes MulherAgro: como fazer comunicação estratégica visando a liderança

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Mulheres na liderança têm desafios na sua construção

O grupo FMA (Forbes Mulher Agro), que reúne cerca de 40 executivas e empresárias do agronegócio, finalizou nesta terça-feira (19) uma trilha de conhecimento realizada em três etapas. Coordenada pela jornalista Fabiana Corrêa, especialista em liderança feminina e editora de Carreira e Mulheres na Forbes Brasil, a trilha “Comunicação Estratégica para Liderança” abordou uma série de temas que fazem parte da rotina das executivas, como a construção de imagem, gerenciamento reputacional, entre outros.

Para a presidente do FMA, a produtora rural Helen Jacintho e também colunista da Forbes, o tema liderança é um dos assuntos de maior interesse das mulheres desde que o grupo nasceu.

“Nossa trilha de conhecimento foi pensada para fortalecer e aprimorar habilidades de liderança, networking e comunicação das mulheres FMA”, afirma Helen. “A Fabi Corrêa, generosamente, nos guiou por meio de ferramentas práticas, trazendo perspectivas valiosas e criando oportunidades de conexão no grupo.”

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O FMA foi formalizado em abril deste ano, em um encontro durante a Agrishow, em Ribeirão Preto (SP), tendo por objetivo ser um think tank de mulheres em cargos c-level. Segundo o Panorama Mulheres 2023, estudo realizado pela Talenses Group em parceria com o Insper, no Brasil, as lideranças femininas passaram de 13% a 17% do total de CEOs no país.

Para Fabiana Corrêa, editora de Forbes Mulher e especialista em carreira, networking é um pilar essencial do desenvolvimento profissional. “Empreendedoras e executivas estão começando uma onda de networking feminino global, pois descobriram, recentemente, que esse é um caminho de crescimento e exposição importante.””

O que elas dizem sobre liderança

A médica veterinária Fernanda Hoe, integrante do FMA e diretora geral da Elanco Saúde Animal no país, diz que um dos papéis do líder é estar presente de corpo e alma nas interações com as pessoas. “É muito fácil, como líder, a gente se ocupar com o negócio, a operação e acaba não tendo tempo de qualidade para fazer isso. Mas é necessário ter tempo de qualidade para se conectar genuinamente com as pessoas”, afirma Fernanda. “Um líder que trabalhe com todos os pilares do SG (social e governança), realmente é um líder extremamente qualificado em diversas áreas. Acredito que o autoconhecimento é fundamental para que a gente possa tanto potencializar aquilo que temos como fortaleza, mas também pedir ajuda naquilo que a gente não tem tanto domínio. Faz parte do papel do líder, para que possa continuar evoluindo.”

Mariana Soletti Beckheuser, presidente executiva da Beckhauser Manejo Racional e Produtivo, de Maringá (PR), vê o autoconhecimento como um dos principais pontos para melhorar a liderança feminina e vai na mesma linha da valorização das fortalezas. “É muito comum que mulheres em posição de liderança vistam uma ‘armadura’ com características tipicamente mais masculinas por uma sensação de que é preciso ser mais ‘durona’ para ser respeitada, sobretudo em meios como o agro, onde não apenas na liderança mas nas equipes há uma maioria de homens”, diz ela. “Acredito que esse é um dos maiores erros ou perda de potencial que temos na liderança feminina, pois é justamente o que nos faz diferentes que temos que trazer para mesa.”

Produtora de hortaliças e fundadora do “Faça um bem incrível”, projeto que se destina a combater o desperdício de alimentos, Simone Silotti afirma que as mulheres do agro têm encontrado espaço de fala e acolhimento nos grupos femininos, o que lhes possibilita o exercício da liderança. “Mas, embora a mulher do agro tenha exercido uma liderança proativa nas comunidades e região em que estão inseridas, ela ainda se sente reticente em se expor na cadeia em que atua”, afirma ela.

Carmen Perez, pecuarista em Mato Grosso, também colunista da Forbes e uma ativista da causa do bem-estar no campo (de animais e humanos), afirma que uma das habilidades femininas é a capacidade em lidar com desafios e transformá-los em oportunidade. “A mulher tem a força de reinventar e disseminar o novo, integrando as equipes em um novo conceito de valores e educação”, afirma. “Considerando as boas práticas de produção, a mulher tem um papel central, de preocupação, aplicação e sua divulgação.”

Para a executiva Grazielle Parenti, head de negócios e sustentabilidade da Syngenta para América Latina, “ser melhor líder passa por saber ouvir, não ter medo de decisões difíceis e manter o foco sem perder a flexibilidade para adaptar o que for preciso”, afirma. “A liderança de hoje não trata as pessoas como ‘recursos humanos’ , mas parceiros de jornada”.

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