Entenda por que os adolescentes podem manter o câmbio manual vivo

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Foto: divulgação

No Brasil, câmbio manual está em modelos populares ou em esportivos, como o Honda Civic Type-R (foto)

Depois de perder constantemente a batalha contra os automáticos nos últimos 70 anos, as vendas de transmissões manuais estão aumentando. Bem, mais ou menos. Antes de os entusiastas do prazer ao volante se alegrarem, considerem que a recuperação é muito trivial, cerca de um ponto percentual – a vitória é pequena, por todas as definições.

Veja modelos com câmbio manual ofertados no Brasil:





O primeiro carro do mundo, o Benz Patent Motorwagen, de 1886, tinha uma transmissão automática continuamente variável. Foi celebrado por sua inovação, mas era lento e pouco confiável. Em 1894, Emile Levassor e Louis-Rene Panhardare desenvolveram a primeira caixa de velocidades manual. Embora a carga de trabalho do condutor fosse muito mais significativa, a troca de marcha era mais suave, mais rápida, mais eficiente e, para os entusiastas da condução, mais divertida. Não demorou muito para que a caixa manual se tornasse comum.

No entanto, como os humanos são preguiçosos, os fabricantes de automóveis trabalharam diligentemente para desenvolver uma transmissão automática suave, confiável e eficiente que mudasse de marcha sem a intervenção do motorista. Foi só em meados da década de 1950 que as transmissões automáticas foram refinadas o suficiente para que os consumidores começarem a escolhê-las em vez das manuais, até mesmo pagando mais pela conveniência. As vendas do câmbio tradicional caíram desde então.

Um novo relatório da CarMax, popular varejista de veículos usados ​​com sede nos Estados Unidos e responsável por mais de 1,6 milhão de carros vendidos em 2021, mostra que depois de cair para 2,4% das vendas em 2020, as vendas de transmissão manual na plataforma aumentaram para 2,8% em 2021 e 2,9% em 2022. São números impressionantes, considerando que as vendas de veículos elétricos (sempre automáticos) estão em alta e poucas montadoras oferecem veículos novos com caixa de câmbio tradicional – especialistas automotivos dizem que menos de 20% dos motoristas americanos podem operar com transmissão manual.

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O varejista de veículos relata que o público do câmbio manual é masculino e quatro anos mais jovem do que o cliente médio. Durante o estudo, a empresa observou que o Honda Civic, um carro compacto popular, era o veículo manual mais vendido. Embora as caixas de velocidades manuais tenham sido tradicionalmente a opção mais barata, populares entre os compradores sensíveis ao preço, a CarMax relata que o preço provavelmente já não é a principal razão pela qual os consumidores escolhem trocar de marcha.

“Na CarMax, temos o compromisso de ajudar os clientes a encontrar o veículo que melhor se adapta ao seu estilo de vida”, disse Mark Collier, vice-presidente regional e gerente geral da empresa.

“Os clientes manifestaram interesse em veículos com transmissão manual devido a uma variedade de fatores, incluindo nostalgia e cultura retrógrada, e muitas vezes vemos aqueles que estão no mercado para comprar um carro esportivo procurando uma transmissão manual. Também ouvimos de pais que compram carros para seus filhos adolescentes que eles acham as mudanças manuais atraentes porque exigem o uso de ambas as mãos, o que pode servir como um impedimento para enviar mensagens de texto enquanto dirigem”, acrescentou Collier.

Vão substituir as transmissões automáticas? Muito improvável. A realidade é que a maioria dos consumidores procura maximizar a conveniência com os seus novos carros, e um câmbio manual requer trabalho ao demandar o uso de ambos os braços e ambas as pernas – e aumentar o esforço não agrada à maioria dos consumidores.

Dito isto, continuará a haver um mercado para o câmbio manual, com entusiastas desejando uma interação mais visceral com seu carro. E os fabricantes de automóveis continuarão a servir este pequeno nicho com novos veículos – desde que os reguladores federais e os requisitos legais de emissões o permitam.

 

*Michael Harley é um especialista da indústria automotiva que ocupou cargos importantes na Kelley Blue Book, J.D. Power and Associates, Autoblog, AutoWeb, Autotrader, CarExpert e Autobytel. Como um respeitado analista da indústria, foi citado pelo Wall Street Journal, New York Times, Los Angeles Times e USA Today. Michael apareceu no Good Morning America da ABC, CBS, NBC e Fox News, e seu trabalho apareceu nas revistas Forbes, New York Daily News, European Car, Excellence, Robb Report e Panorama. Michael atuou como jurado do North American Car, Utility and Truck of the Year (NACTOY) e World Car Awards (WCA), e atuou como presidente da Motor Press Guild, a maior associação de mídia profissional da América do Norte. Ele também é membro do Trunk Slammers, uma sociedade apenas para convidados de motoristas entusiastas. Seu primeiro livro, One More Than 10: Singer and the Porsche 911, foi publicado em 2015. Michael e sua família moram no sul da Califórnia.

(Traduzido por Rodrigo Mora).

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