4 em cada 10 empresas vão usar IA nas entrevistas em 2024: veja como se dar bem

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A preparação da folha de pagamento e geração de job description são algumas das atividades do RH hoje feitas com IA

Sua próxima entrevista de emprego pode ser com um chatbot de inteligência artificial. 4 em cada 10 empresas já adotam ou planejam adotar entrevistas com IA até o próximo ano, segundo uma pesquisa do software de currículos ResumeBuilder.com, que entrevistou mais de mil profissionais envolvidos em processos de contratação em junho.

Veja como aumentar suas chances de ser contratado em um processo seletivo com IA

Apesar de ser uma tendência no mercado, entrevistas com IA ainda estão restritas a empresas de grande porte ou com alto grau de contratação de pessoas de tecnologia, e principalmente para posições de entrada ou funções pouco qualificadas, comumente chamadas de “blue color”. “Cargos mais seniores e executivos até o momento não foram cogitados para ter entrevistas ou um processo seletivo completo através de inteligência artificial”, diz Lucas Oggiam, diretor-executivo da consultoria de recrutamento PageGroup.

Segundo Oggiam, o processo de usar qualquer nível de inteligência artificial ou automação em entrevistas evoluiu de formulários preenchidos pelos candidatos há dez anos, e hoje a IA é usada para filtrar informações no currículo ou em testes online e até mesmo conduzir conversas. “A melhor forma para se preparar para uma entrevista como essa é da mesma forma que você se prepararia para a entrevista com um humano.”

IA e os profissionais de RH 

A popularização de ferramentas de IA generativa, como o ChatGPT e o Bard, do Google, tem sido acompanhada no mundo do trabalho e nos processos de recrutamento. Seis em cada dez profissionais de RH já utilizam inteligência artificial nas suas rotinas profissionais, sendo que 26% disseram que usam a tecnologia todos os dias e 34%, raramente. Isso de acordo com um estudo da empresa de benefícios Ticket, que ouviu 300 pessoas da área durante o CONARH, um dos maiores eventos de RH da América Latina, promovido pela Associação Brasileira de Recursos Humanos.

Entre as atividades do RH que hoje são feitas com IA, estão, principalmente, automações de trabalhos com baixa complexidade, como preparação da folha de pagamento e geração de job description, por exemplo. “Atividades manuais, com as quais a gente perdia uma ou duas horas, hoje podemos resolver em alguns segundos”, diz Oggiam.

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Ao mesmo tempo, 53% dos profissionais da área disseram que não têm um bom entendimento do funcionamento da tecnologia, o que indica a necessidade de capacitação. 

A falta de conhecimento também impacta na confiança das pessoas em relação à IA e às empresas que a utilizam – 68% disseram que confiam parcialmente, e 2% disseram que não confiam. “A tecnologia tem muito a contribuir com a rotina de profissionais de diversas áreas, incluindo os de recursos humanos. Quanto mais aptos a utilizá-la, maiores serão os ganhos para a empresa”, afirma Natália Ghiotto, diretora de produtos da Ticket. 

O principal benefício é o aumento da produtividade. Em um estudo do MIT, gerentes, profissionais de marketing e RH, consultores e analistas de dados que usaram a inteligência artificial produziram relatórios 37% mais rápido e com melhor qualidade. E não apenas as pessoas ficaram mais produtivas, como também a satisfação no trabalho aumentou. 

Os perigos da IA

Entre os entrevistados na pesquisa da ResumeBuilder.com, 15% disseram que a IA será usada para tomar decisões sobre candidatos sem qualquer intervenção humana nas suas empresas. Ainda que reduza os custos de recrutamento e aumente a eficiência dos processos, a inteligência artificial tem limitações e vieses. 

Em 2018, por exemplo, a Amazon removeu seu sistema de rastreamento de currículos baseado em aprendizado de máquina que discriminava mulheres porque seus dados eram compostos principalmente por currículos de homens. 

Os entrevistados no estudo da ResumeBuilder.com também foram questionados sobre o que a IA avalia nos candidatos: para 83%, qualificações profissionais específicas, enquanto 40% dizem também medir a adequação à cultura. “O perigo é deixar de avaliar algo que seja muito subjetivo a uma máquina”, diz Oggiam, ressaltando que não é possível usar IA em todo tipo de processo seletivo e posição. “Precisamos entender com legislação o quanto as empresas podem evoluir e tratar desse tema e o quanto elas não podem.”

Apesar de a maioria dos entrevistados acreditar na eficiência das entrevistas com IA, 79% também dizem que é “muito” (31%) ou “um tanto provável” (48%) que as entrevistas com IA eliminem bons candidatos com mais frequência do que os entrevistadores humanos.

Como aumentar as chances de ser contratado em um processo seletivo com IA

Pelo funcionamento da IA envolver padrões e a busca por adequação no perfil de um profissional da vaga disponível, formatar o seu currículo envolve facilitar que a tecnologia leia seu perfil como uma boa combinação com a vaga. Confira as dicas de Paula Esteves, co-CEO da Cia de Talentos, e Guilherme Dias,  CPMO e cofundador da Gupy:





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