Quando Don Kerrigan, um executivo experiente que anteriormente atuou como presidente da Nature’s Bounty, foi nomeado em 2021 CEO da Nestlé Health Science USA em 2021 como resultado da aquisição do player global de nutrição, ele tinha uma visão ambiciosa para o negócios — encontrar oportunidades mais escaláveis em setores de CPG (consumer packaged goods ou indústria de bens de consumo) nas quais o conglomerado suíço tradicionalmente não tem uma posição de impacto no cenário global.
Lançada há mais de uma década, a Nestlé Health Science emergiu como uma força líder em soluções nutricionais pioneiras, com um portfólio diversificado de marcas dedicadas ao avanço da nutrição médica e das terapias farmacêuticas.
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Com um número crescente de produtos focados na saúde disponíveis no mercado, impulsionados por consumidores que priorizam os alimentos como medicamentos, a Nestlé Health Science capitalizou rapidamente a tendência, integrando um punhado de marcas de produtos de mercearia destinadas ao autocuidado ao longo dos anos, como a Orgain and Vital Proteins, fundada pelo Dr. Andrew Abraham. Essa expansão de portfólio foi o resultado de um empenho pessoal de Kerrigan.
“A transição para Nestlé é um tanto familiar, porque passei boa parte da minha carreira na área de saúde do consumidor, trabalhando para corporações multinacionais, como a Pfizer”, disse Kerrigan recentemente em uma entrevista à Forbes, na sede da Vital Proteins, em Chicago. “Mas há um sentimento de empreendedorismo na Nestlé Health Science que é mais forte do que aquele que experimentei na The Bountiful Company e na Vital Proteins”, completa.
Kerrigan lembrou como o colágeno permaneceu em grande parte como um ingrediente inovador para os consumidores americanos quando a Vital Proteins foi lançado em 2012 por Kurt Seidensticker, ex-engenheiro aeroespacial da NASA. Nos dias atuais, o colágeno, que representa quase 30% de todo o conteúdo de proteína humana, é um negócio global de mais de US$ 10 bilhões (quase R$ 50 bilhões), e a Vital Proteins representa a maior parte desse mercado (o produto tem exposição global, com o Brasil na lista dos mercados).
“O colágeno é um segmento com muitas oportunidades para as pessoas se envolverem: não somente orientado às mulheres, a influência que a Vital Proteins tem no resto do nosso portfólio, em termos de design e estética, também é muito atraente”, afirma Kerrigan.
Criando para aumentar o portfólio
A Vital Proteins oferece uma ampla gama de produtos, desde pós, lanches e bebidas prontas para o consumo e, até certo ponto, transformou a maneira como as pessoas incorporam essa proteína essencial em suas rotinas diárias, usando ingredientes limpos e de origem sustentável. Vale registrar que a fonte primária do colágeno pode ser de diversas espécies animais (bovinos, suínos, peixes, etc.). No caso do produto da Nestlé, a fonte são os bovinos.
Depois de vender sua participação majoritária para a Nestlé Health Science em 2020, a marca continuou a ganhar força: pontos de participação de mercado aumentaram 3,5 no ano passado, enquanto novos sabores, como caramelo salgado, tempero de abóbora para a linha da Vital Protein Plus (colágeno com benefícios adicionais), também foram adicionados ao seu portfólio.
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Kerrigan observa como a Vital Proteins é uma “marca muito escalável” que tem um enorme espaço para aceitação e expansão do consumidor. Mais importante ainda, a sua ativação nas redes sociais também está criando um manual para todos os negócios da Nestlé Health Science em três setores diferentes — suplementos dietéticos, nutrição médica e produtos farmacêuticos.
Comentando sobre futuras oportunidades de aquisição, Kerrigan disse que a empresa dará alta prioridade a categorias de produtos verdes (legumes e folhas), produtos plant based e suplementos que oferecem benefícios de suporte emocional.
“A organização foi construída em grande parte por meio de aquisições e continuaremos a encontrar oportunidades onde não temos força ou setores nos quais não necessariamente alcançamos os consumidores; versus no passado, quando compramos por capacidades de expansão de produção”, disse ele. “Muito do que nos concentramos agora é integrar os negócios que temos hoje, aproveitando nosso tamanho e escala, continuando a impulsionar o crescimento, mas também sem perder o que há de tão especial e único nessas marcas”, completa.
*Douglas Yu é coloborador da Forbes EUA. Também escreve para NPR Marketplace, Bloomberg Radio e The Washington Post.
(tradução: ForbesAgro)
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