O câncer de mama é o tipo de tumor mais incidentes entre as mulheres do Brasil e do mundo. Felizmente, hoje já conseguimos derrubar muitos tabus em relação a essa doença, incentivar a prevenção e estimular os exames preventivos. No entanto, existem outras neoplasias que têm um grande impacto na saúde feminina e que ainda merecem mais atenção.
O Setembro Púrpura é o mês de conscientização sobre os cânceres ginecológicos. A cada ano, mais de 30 mil brasileiras recebem o diagnóstico de tumores no colo do útero, ovário, endométrio, vulva e vagina.
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Excetuando-se o câncer de pele não melanoma, o câncer de colo de útero é o terceiro mais frequente na população feminina (atrás do câncer de mama e do colorretal), e a quarta causa de morte de mulheres por câncer no Brasil.
Cerca de 70% dos casos são diagnosticados em estágios mais avançados, o que diminui a chance de cura. Porém, o câncer de colo do útero é evitável e curável quando diagnosticado precocemente e tratado de forma eficaz.
Entre os fatores de risco estão a infecção pelo HPV (papilomavírus humano), tabagismo e histórico familiar da doença. Para a prevenção e diagnóstico precoce são indicados a vacinação contra o HPV (preferencialmente entre os 9 e 14 anos) e o exame Papanicolau (em alguns casos, complementado pela colposcopia). São duas ações simples, que podem salvar vidas.
Câncer de ovário
O câncer de ovário tem como fatores de risco síndrome genéticas (entre elas a de Lynch II e a mutação dos genes BRCA 1 e BRCA 2), histórico familiar da doença, obesidade e reposição hormonal.
Vale lembrar que não existe exame específico para diagnóstico precoce deste tipo de tumor. Pacientes portadoras de síndromes genéticas devem conversar com seus médicos para escolher a melhor estratégia de prevenção e tratamento.
Tumor de endométrio
A obesidade, reposição hormonal, histórico familiar de câncer ginecológico e fatores como hipertensão arterial, diabetes e dieta rica podem representar risco aumentado para o câncer de endométrio. Para esta doença também não existe exame preventivo específico.
O controle clínico e a visita periódica ao ginecologista são fundamentais para identificação e avaliação de alguns sinais, como um sangramento anormal, por exemplo.
É importante ressaltar que, nos últimos anos, os tratamentos destas doenças apresentaram avanços significativos, melhorando o prognóstico e a qualidade de vida das pacientes.
Mas o diagnóstico de qualquer um destes tipos de câncer (incluindo aqui vulva e vagina) possui um impacto sobre paciente, com efeitos na saúde mental e física, na sexualidade e na capacidade reprodutiva, em alguns casos.
Por isso, precisamos falar mais sobre esses tumores, informando as mulheres, incentivando-as a serem protagonistas do autocuidado. Leitoras, tenham atenção à sua saúde, neste setembro e durante todo o ano!
Fernando Maluf é cofundador do Instituto Vencer o Câncer e professor livre-docente da Faculdade de Medicina da Santa Casa de São Paulo.
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