Os emplacamentos de carros, picapes, utilitários esportivos, vans comerciais, caminhões e ônibus no Brasil recuaram em agosto nas comparações mensal e anual, após o fim do incentivo do governo federal sobre veículos leves em julho, segundo dados divulgados nesta segunda-feira pela associação de concessionários, Fenabrave, que estuda medidas para fomentar o setor.
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As vendas de veículos novos no país caíram 7,93% em agosto ante julho e recuaram 0,41% frente agosto de 2022, para 207,7 mil unidades, informou a entidade.
Os licenciamentos de carros e comerciais leves (picapes, SUVs e vans) caíram 8,7% na relação mensal, avançando 1,36% ante agosto do ano passado, a 196,88 mil veículos.
Segundo o presidente da Fenabrave, José Maurício Andreta Júnior, “neste ano, não há sinais de que teremos uma forte recuperação (de vendas) na segunda metade do ano”.
“O resultado de automóveis, em agosto, agravado pela piora na oferta de crédito, já deixa clara a necessidade de uma política de fomento industrial de longo prazo”, disse o presidente da entidade.
No acumulado do ano, as vendas de veículos novos somam 1,43 milhão de unidades, alta de 9,41% sobre o desempenho de um ano antes.
Apesar do governo federal citar que tem entre suas prioridades a descarbonização da economia, Andreta Júnior afirmou que a Fenabrave avaliando “alguns projetos” que poderão ser propostos ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para incentivar as vendas de carros e comerciais leves.
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Segundo ele, o objetivo é tornar os veículos “mais acessíveis ao consumidor de menor renda, por meio de uma possível redução de preços, maior oferta de crédito”, sem perda de arrecadação. Uma “valorização da descarbonização do setor” é citada, mas a entidade não pode dar mais detalhes de imediato.
A Fenabrave afirmou que está em fase de análise sobre os estudos e que não há um prazo para apresentação deles.
Em agosto, os licenciamentos de caminhões subiram 10,59% ante julho, para 8.968 veículos, impulsionadas em parte pela medida de incentivo à renovação de frota que ainda contava com recursos para financiar a venda de novos. Já na comparação anual houve queda de 27,07%. No ano, o segmento acumula queda de quase 17% nos emplacamentos, a 67,4 mil unidades.
As vendas de caminhões novos têm sofrido desde o início de 2023, em meio à mudança de tecnologia para diminuir as emissões de poluentes, mas que encareceu os veículos e gerou movimento de antecipação de compras no ano passado. As montadoras só poderiam fabricar modelos com a tecnologia anterior, chamada de Euro 5, até o final do ano passado. Segundo a Fenabrave, em agosto, 77% dos caminhões emplacados foram com a nova tecnologia Euro 6.
Enquanto isso, os licenciamentos de ônibus subiram 4,94% sobre julho, para 1.871 unidades, e recuaram 8,73% na comparação com agosto de 2022. De janeiro ao final do mês passado, as vendas de ônibus novos mostram salto de 33,2% sobre uma fraca base de comparação com o mesmo período de 2022, para cerca de 17 mil veículos.
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