Racismo religioso: entenda o que é e como denunciar

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A Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi) do Rio de Janeiro abriu um inquérito para investigar a mãe da atriz e cantora Larissa Manoela por suposto crime de racismo religioso

A Comissão de Combate à Intolerância Religiosa do Estado do Rio de Janeiro apresentou a notícia-crime após a revelação de mensagens de Silvana Taques à filha no Natal de 2022.

Em conversa por Whatsapp, a mãe de Larissa se referiu a família do noivo da filha, André Luiz Frambach, que é espírita kardecista, como “macumbeira”. “Esqueci de te desejar… Que você tenha um ótimo Natal aí com todos os guias dessa família macumbeira”, escreveu ela.

Silvana Tasques ironizou a religião do noivo de Larissa Manoela – Foto: Divulgação

Caso seja culpada, Silvana pode pegar de 2 a 5 anos de prisão, segundo a Lei 14.532, sancionada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva em janeiro de 2023, que equipara a injúria racial ao crime de racismo e também o torna inafiançável e imprescritível.

O que é racismo religioso?

Racismo religioso é todo e qualquer ato de intolerância religiosa voltado às religiões de matrizes africanas. Ou seja, trata-se de qualquer tipo de violência que incide diretamente sobre os saberes, cultos e rituais africanos e afro-brasileiros.

Nos últimos dois anos, crimes em razão da religião aumentaram 45% no Brasil e os maiores alvos foram os cultos de matriz africana. Dados de uma pesquisa realizada pela Rede Nacional de Religiões Afro-Brasileiras mostrou que quase metade dos terreiros no Brasil registrou até cinco ataques no mesmo período. 

“Dessa forma, o termo ‘intolerância religiosa’ não é capaz de explicar as violências sofridas pelos povos de terreiro, uma vez que o racismo está intrínseco. Ele pertence à nossa estrutura e agride essas religiões que não estão no mais alto poder da sociedade”, explica Jenifer Zveiter, especialista em Diversidade & Inclusão. 

Como e onde denunciar?

As vítimas de racismo religioso devem acionar a polícia militar ou delegacias especializadas em Injúria Racial e Intolerância Religiosa. Também é possível denunciar o caso de forma anônima e gratuita por meio do Disque 100 ou Ligue 180. 

“Importante ressaltar que em caso de agressão a partir de oficiais da Polícia Militar, a vítima deve identificar os autores e procurar a Corregedoria da Polícia Militar”, finaliza Zveiter.

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