Após assumir em 2022 o controle do Twitter, agora X, Elon Musk demitiu parte considerável dos funcionários. Ele também afirmou que a rede social poderia um dia se tornar uma empresa de trilhões de dólares, avaliação que poucas companhias alcançaram, apesar da turbulência permanente que se instalou no grupo desde que Musk entrou no jogo.
Veja as lições de liderança de Elon Musk sobre IA
Uma das primeiras medidas de Musk após fechar o negócio foi demitir imediatamente a maior parte da força de trabalho – o número de funcionários caiu de mais de 7,5 mil para cerca de 1,3 mil –, levantando preocupações de que a empresa não teria pessoas suficientes para manter a plataforma, moderar o conteúdo ou cumprir requisitos regulatórios.
Leia também:
Elon Musk que se cuide: interesse chinês pelo Brasil acelera o Vale do Lítio
Twitter restabelece conta de Kanye West após oito meses de suspensão
E se Elon Musk tivesse lançado uma rede social do zero?
A natureza abrupta das demissões e a forma como os profissionais foram tratados desencadearam inúmeras ações judiciais de ex-funcionários, que podem acabar custando à empresa centenas de milhões de dólares.
Mudanças políticas, a flexibilização na moderação de conteúdos, a implementação de uma impopular assinatura paga e a revisão do sistema de verificação de identidade assustaram os usuários e provocaram caos quando perfis fakes e trolls abusaram do novo sistema – as receitas publicitárias afundaram à medida que anunciantes tiravam o time de campo.
Ações judiciais de ex-funcionários são apenas uma pequena fração dos problemas legais do X. Nessa lista, estão vários relatórios de contas de escritório não pagas, um grande processo de direitos autorais por permitir que usuários postem vídeos e áudios usando músicas protegidas por direitos autorais, possíveis problemas com reguladores que falham em conter a disseminação de conteúdo ilegal on-line e o não pagamento aos editores de notícias por conteúdo, além de taxas para instalar um gigantesco letreiro “X” iluminado no telhado da sede da empresa.
Problemas de tecnologia também atormentaram a plataforma desde a chegada de Musk, incluindo interrupções inexplicáveis, falhas de privacidade, logout aleatório de contas e restrições sobre o que os usuários podem ver.
X também está tentando combater uma série de rivais que disputam o lugar do Twitter, incluindo Bluesky e Spill, liderados por ex-funcionários e, notavelmente, o tão comentando Threads, da Meta, que se tornou o aplicativo de crescimento mais rápido na história dias após o lançamento, mas desde então viu uma queda no número de usuários.
Capitalização de mercado
Uma capitalização de mercado de US$ 1 trilhão para X “não está fora de questão”, disse Musk em um post na rede social. Não é a primeira vez que o bilionário faz tal previsão. O número seria uma margem substancial dos US$ 44 bilhões (R$ 213,72 bilhões) que Musk pagou pelo Twitter.
Em questão de meses, a empresa passou por uma transformação drástica, incluindo a mudança de marca para X. Como se não bastasse, o novo nome também sepultou o icônico logo do pássaro, ação que, de acordo com especialistas consultados pela Forbes, pode custar bilhões em valor da marca. Embora não convencional, a transformação sinaliza um movimento no sentido de transformar a plataforma em um “aplicativo de tudo”, a exemplo do chinês WeChat, algo que Musk vem prometendo.
Esses super aplicativos são como canivetes suíços virtuais. Eles combinam vários recursos, como entrega de comida, pagamentos, investimentos e mensagens. Como essa estratégia, dominam parte do mercado na Ásia, onde são onipresentes na vida cotidiana. Existe um potencial significativo para esse modelo decolar nos mercados ocidentais e, segundo especialistas disseram à Forbes, a reformulação da marca é uma oportunidade para Musk adicionar recursos e elevar o ex-Twitter para além da mídia social.
Leia também:
Com plataforma de IA, Nvidia se propõe a massificar o uso de avatares
Nvidia e Volvo aceleram corrida por processamento de dados na indústria automotiva
Startups chinesas de veículos elétricos buscam Nvidia na corrida para alcançar Tesla
A Forbes estima que Musk tem uma fortuna estimada em torno de US$ 231,2 bilhões (R$ 1,12 trilhão). Ele ocupa a primeira posição na lista das pessoas mais ricas do mundo da Forbes, à frente do empresário francês da área de luxo Bernard Arnault, que tem cerca de US$ 18 milhões (R$ 87,43 milhões). A fortuna de Musk deriva em grande parte de sua participação na montadora de carros elétricos Tesla e em um grupo de empresas valiosas que ele fundou, incluindo a SpaceX, a empresa de implantes cerebrais Neuralink e a empresa de túneis Boring Company.
Pouquíssimas empresas conseguiram atingir uma avaliação de US$ 1 trilhão (R$ 4,86 trilhões), mas a X não seria a primeira das empresas de Musk a atingir esse limite. A Tesla superou uma capitalização de mercado de US$ 1 trilhão (R$ 4,86 trilhões) em 2021 – foi a sexta na história dos EUA a ultrapassar esse marco. Desde então, seu valor caiu bastante, embora ainda seja avaliada em mais de US$ 730 bilhões (R$ 3,54 bilhões).
Veja as lições de liderança de Elon Musk sobre IA:
*Robert Hart é repórter sênior da equipe de notícias de última hora da Forbes, cobrindo saúde e ciência no escritório de Londres.
(traduzido por Andressa Barbosa)
O post X valendo US$ 1 tri? Sonho de Elon Musk para a plataforma esbarra em vários desafios apareceu primeiro em Forbes Brasil.