A moagem de cana-de-açúcar no centro-sul do Brasil na primeira quinzena de agosto aumentou 23,38% na comparação com o mesmo período do ciclo passado, para 47,87 milhões de toneladas, apesar de chuvas pontuais que afetaram “marginalmente” os trabalhos, afirmou nesta quinta-feira (24) a Unica (União da Indústria de Cana-de-açúcar), em nota.
A moagem veio abaixo da expectativa de uma pesquisa da S&P Global Commodity Insights, que apontou moagem de 49,64 milhões de toneladas.
“Embora os dados sejam positivos, vale ressaltar que chuvas pontuais prejudicaram a operacionalização da colheita em algumas regiões do centro-sul, drenando marginalmente o aproveitamento de tempo”, disse a Unica.
“Tal fato serve de alerta para não se esquecer do risco proveniente do El Niño, cuja incerteza ainda paira sobre a moagem potencial da safra 23/24″, acrescentou.
Com o centro-sul colhendo uma grande safra, é importante não perder dias de moagem, notou a associação. “Lembra-se ainda que, em relação ao ciclo 20/21, o último cuja moagem ultrapassou a marca de 600 milhões, o processamento deste ano safra se encontra defasado em mais 14 milhões de toneladas”.
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Dados do CTC (Centro de Tecnologia Canavieira) apontam crescimento de produtividade no acumulado da safra de 22,4% ante o ciclo anterior, para 93,6 toneladas de cana por hectare.
A moagem cresceu 11,65% desde o início da safra em abril, para 360 milhões de toneladas.
Já a produção de açúcar na primeira quinzena de agosto totalizou 3,46 milhões de toneladas, alta de 31,22% na mesma comparação, mas também abaixo da expectativa (3,54 milhões de toneladas).
No acumulado desde 1º de abril, a fabricação do adoçante totaliza 22,68 milhões de toneladas, alta de 21,69%, com o “mix” de produção favorecendo o açúcar. Mais rentável que o etanol, a commodity se apropria de 48,93% da cana moída, ante 44,65% na temporada passada.
Etanol mais competitivo
Na primeira metade de agosto, a produção de etanol somou 2,35 bilhões de litros (+16,43%), enquanto no acumulado da safra a alta é de 6,84%, para 16,8 bilhões de litros.
As vendas de etanol pelas unidades produtoras na primeira quinzena de agosto totalizaram 1,32 bilhão de litros, alta de 8,74% na comparação anual.
O volume comercializado de etanol anidro (misturado à gasolina) foi de 486,02 milhões de litros, uma queda de 11,40% — enquanto o etanol hidratado registrou venda de 833,25 milhões de litros, avanço de 25,36%.
Considerando somente o mercado doméstico (excluindo volumes para exportação), “houve a inversão do cenário que vinha sendo recorrente desde o início do atual ciclo agrícola”.
Na primeira metade de agosto, as vendas de etanol hidratado avançaram 15% em relação ao mesmo período de 2022, totalizando 752,38 milhões de litros.
No caso do etanol anidro, a variação foi negativa em 3,86%, resultando em um volume de 477,41 milhões de litros.
“Ao que tudo indica, a competitividade conquistada pelo biocombustível nos postos, frente ao concorrente fóssil, está surtindo efeito na decisão de abastecimento dos consumidores”, disse a Unica.
No acumulado da safra 23/24, a comercialização de etanol soma 10,94 bilhões de litros, o que representa um aumento de 1,76%. O hidratado compreende uma venda no volume de 6,12 bilhões de litros (-4,83%), enquanto o anidro somou 4,82 bilhões (+11,58%), uma vez que a gasolina teve maior competitividade ao longo de boa parte da safra.
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