O LinkedIn é uma plataforma de networking profissional, mas uma nova pesquisa revela que mulheres recebem mensagens inadequadas frequentemente na rede social.
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O levantamento questionou 1.049 usuárias do LinkedIn nos EUA que fazem login na plataforma pelo menos uma vez por semana. 91% das mulheres disseram ter recebido abordagens de caráter romântico ou mensagens com caráter sexual pelo menos uma vez. Quase um quarto disse que recebe esse tipo de mensagem diariamente ou em dias alternados.
A pesquisa foi conduzida pelo site de fotos para passaporte Passport Photo Online e a maioria das mulheres entrevistadas tinha entre 27 e 42 anos.
As mensagens sexuais indesejadas pediam encontros, informações pessoais íntimas ou continham elogios não solicitados. A pesquisa questionou apenas mulheres, portanto não há informações se os homens também recebem esse tipo de abordagem na plataforma.
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Contra as políticas do LinkedIn
Embora o LinkedIn alerte os usuários para se conectarem apenas com pessoas que conhecem pessoalmente, muitos profissionais permitem conexões com desconhecidos para expandir suas redes. Depois da conexão, o site permite mensagens gratuitas. Mesmo aqueles que são cautelosos com as conexões podem se tornar vítimas porque o LinkedIn permite que os usuários incluam uma mensagem com convites para se conectarem. E quem paga pelo LinkedIn Premium pode enviar um número limitado de mensagens por mês para pessoas que não estão entre as suas conexões.
“Esse tipo de comportamento é inapropriado e não permitido no LinkedIn. Abordagens românticas indesejadas e assédio violam nossas regras, e nossas políticas comunicam claramente o tipo de conteúdo que não é permitido no LinkedIn”, disse uma porta-voz em resposta à pesquisa. Ela acrescentou que a plataforma adicionou recursos que ajudam a impedir o assédio e incentivam os usuários a relatarem conteúdo inapropriado.
O LinkedIn também está tentando facilitar a identificação e denúncia de situações de assédio por meio do uso de inteligência artificial. Cerca de 80% das mulheres entrevistadas disseram que denunciaram um usuário por uma cantada ou mensagem inadequada.
Assédio nas redes sociais
Mas essa situação não se limita ao LinkedIn: as mulheres recebem esse tipo de comentário ou de assédio regularmente em outras mídias sociais. A BBC relatou que as principais influenciadoras no Instagram recebem diariamente propostas de estranhos com ofertas de milhares de dólares em troca de sexo ou encontros.
As abordagens no LinkedIn parecem mais flagrantes, uma vez que a plataforma é focada nas identidades profissionais dos usuários. Apesar disso, relatos de romance no LinkedIn não são novidade. Uma reportagem da revista “Glamour” tinha a manchete: “É claro que as pessoas estão usando o LinkedIn como site de namoro”. E uma usuária da plataforma escreveu sobre como ela conheceu o marido no LinkedIn. Outros compararam o site de relacionamento profissional ao Tinder.
O problema de tudo isso, principalmente em uma plataforma de trabalho, é o que acaba causando no público-alvo. Para aqueles que não procuram um relacionamento amoroso no LinkedIn – que provavelmente é a maioria dos usuários – convites não solicitados para encontros podem fazer as mulheres se sentirem desrespeitadas e objetificadas.
De acordo com uma estudo de pesquisadoras canadenses das universidades de Toronto e Iorque, as mulheres geralmente começam a receber atenção indesejada de cunho sexual na internet de homens que não conhecem na faixa dos 12 aos 14 anos de idade. Quando estão na faculdade, 80% das mulheres já receberam mensagens sexualmente inadequadas. As universitárias descrevem os sentimentos de repulsa, medo, raiva e outras emoções negativas em resposta a esse tipo de assédio.
Assim como elas, as usuárias do LinkedIn relataram que se sentem violadas, confusas e preocupadas depois de receberem investidas sexuais não solicitadas na plataforma. Como resultado, algumas até pararam de usar o LinkedIn. “Houve muitos casos em que as pessoas foram longe demais. É desconfortável, então acabei dando uma pausa no LinkedIn por um tempo”, disse uma entrevistada.
O desconforto com esse tipo de mensagem pode explicar parcialmente por que o LinkedIn tem um desequilíbrio de gênero. As mulheres representam uma minoria na plataforma, onde 57% dos usuários são homens, contra 43% de mulheres.
* Kim Elsesser é colaboradora sênior da Forbes USA. Ela é especialista em vieses inconscientes de gênero e professora de gênero na UCLA (Universidade da Califórnia em Los Angeles).
(Traduzido por Fernanda de Almeida)
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