Tecnologia pode sobrecarregar motoristas em vez de ajudar, diz estudo

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Foto: Divulgação

Painel do BMW i4 M50

Muitos veículos no mercado hoje são embalados com todos os tipos de novas tecnologias projetadas para tornar a direção mais segura e confortável. Mas alguns dos sistemas são muito difíceis de operar facilmente? As telas e botões sensíveis ao toque, muitas vezes ocultos no menu, são muito difíceis de alcançar e procurá-los cria uma distração? Mais tecnologia leva a um maior risco de segurança?

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Essas são algumas das questões abordadas em uma nova pesquisa da Dekra, empresa com sede na Alemanha que realiza testes automotivos, inspeção e pesquisa de acidentes.

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“Esse perigo definitivamente existe”, disse Thomas Wagner, psicólogo de trânsito da Dekra, em um comunicado, especialmente em veículos com os quais não se está familiarizado.

A análise faz parte do recém-lançado Road Safety Report 2023 – “Technology and People” (Relatório de Segurança Rodoviária 2023 – “Tecnologia e Pessoas”, na tradução), que analisa o potencial de risco no tráfego rodoviário quando a tecnologia e as pessoas interagem.

Hoje em dia, as telas sensíveis ao toque são usadas para tudo: desde funções clássicas, como operar sistemas de navegação ou acessar mídias; até usos mais recentes, como controlar o ar-condicionado ou até mesmo o limpador de para-brisa.

Para o estudo, o grupo de segurança realizou um teste para mostrar os desafios que os conceitos operacionais modernos representam nos veículos atuais, durante o qual 80 pessoas foram confrontadas com tarefas operacionais. As avaliações foram realizadas em dois veículos do mesmo modelo, porém de anos diferentes (2012 e 2022). Os veículos estavam parados com a ignição ligada durante o teste.

As tarefas avaliadas incluíram ligar o limpador e a ventilação do para-brisa, o rádio, o desembaçador do vidro traseiro, os faróis e os faróis de neblina.

Os resultados mostraram que, no geral, a maioria das cobaias no veículo mais novo costumava ficar confusa e precisava de muito mais tempo em média para todas as tarefas, disseram os pesquisadores, acrescentando que em alguns casos o tempo era mais que o dobro.

“Em tese, tecnologias de tela sensível ao toque com orientação inteligente ao usuário reduzem o número de entradas incorretas e os tempos de entrada, o que, ao mesmo tempo, pode minimizar os riscos de segurança no trânsito, por exemplo, devido à distração”, disse o Dr. Wagner. Por outro lado, também podem aumentar o tempo de distração, porque geralmente é necessário olhar para a tela por um período mais longo.

“O tempo de reação da tela e dos botões sensíveis ao toque receberam reclamações, assim como a falta de feedback tátil, especialmente dos botões”, de acordo com a análise.

Outros problemas foram notados. As pessoas mais velhas foram particularmente desafiadas pela nova tecnologia, e houve diferenças consideráveis ​​entre os diferentes fabricantes em termos de navegação no menu e nomenclatura.

“Quando se dirige veículos de diferentes fabricantes, como quando se usa carros alugados ou compartilhados, os problemas são inevitáveis”, acrescentou o Dr. Wagner.

Padronização de funções operacionais, procedimentos operacionais mais intuitivos, design de baixa distração, incluindo desenvolvimento de funções controladas por voz e treinamento intensivo para usuários estavam entre as recomendações do relatório para soluções que oferecem “muito potencial”.

 

Tanya Mohn cobre questões de segurança rodoviária e viagens de consumidores para a Forbes. Ela é colaboradora regular do The New York Times e já trabalhou para BBC, NBC News, ABC News, PBS, HBO e CNBC. Recentemente, recebeu uma bolsa de estudos para relatórios de segurança da Organização Mundial da Saúde para jornalistas e um prêmio por suas reportagens sobre segurança no trânsito da Association for Safe International Road Travel (ASIRT). Siga-a no Twitter @tanya_mohn.

(Traduzido por Rodrigo Mora).

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