O dólar à vista acelerou os ganhos ante o real e chegou a subir mais de 1% nesta manhã, em sintonia com o avanço firme da moeda norte-americana no exterior, em meio às preocupações com o setor imobiliário da China, enquanto na Argentina o peso é fortemente pressionado.
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Às 11h48 (de Brasília), o dólar à vista avançava 0,92%, a 4,94 reais na venda. Na B3, o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento subia 0,85%, a 4,96 reais.
A valorização global do dólar ocorre em meio às preocupações com a desaceleração da economia da China — importante comprador global de commodities –, agravada por dificuldades na área imobiliária. No centro da turbulência nesta segunda-feira (14) está a Country Garden, importante incorporadora chinesa que busca atrasar o pagamento de um título privado.
“Após não conseguir pagar os juros de empréstimos na semana passada, uma possível quebra da gigante do setor imobiliário Country Garden também tem chamado a atenção de operadores globais devido, principalmente, à parcela que o setor imobiliário chinês corresponde da demanda local pelo minério de ferro”, avaliou a equipe da Commcor DTVM em boletim a clientes.
Neste cenário, a moeda norte-americana oscilava em alta ante as demais divisas de países emergentes ou exportadores de commodities — como o real — e tinha ganho firme em relação às moedas fortes.
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“Acreditamos que uma recuperação ampla do real continuará dependente dos dados de atividade dos EUA e do sentimento global em torno da recuperação chinesa”, pontuou o analista de mercado da Ebury, Eduardo Moutinho, em comentário enviado a clientes.
Além da questão chinesa, os negócios nesta segunda-feira ainda refletem os dados mais recentes da inflação dos Estados Unidos, divulgados na sexta-feira (11).
Na ocasião, o Departamento do Trabalho informou que o índice de preços ao produtor (PPI, na sigla em inglês) para a demanda final subiu 0,3% em julho, ante variação zero do mês anterior. Nos 12 meses até julho, os preços ao produtor aumentaram 0,8%, após alta de 0,2% em junho.
“A alta do dólar hoje (segunda-feira) está ligada à aversão ao risco, com essa incorporadora chinesa em possível calote, mais a perspectiva de talvez mais aumento de juros nos EUA, em função do PPI da sexta-feira”, comentou o diretor da Correparti Corretora, Jefferson Rugik.
O cenário externo adverso é completado pela Argentina, onde o banco central anunciou nesta segunda-feira uma desvalorização de quase 18% do peso, fixando a taxa de câmbio em 350 por dólar até a eleição geral de outubro. Além disso, a instituição elevou a taxa básica de juros de 97% para 118% ao ano.
Rugik e um operador ouvido pela Reuters ponderaram que, apesar do forte movimento cambial no país vizinho, as cotações no Brasil nesta segunda-feira estão sendo influenciadas pela aversão ao risco disparada pela China, e não pela Argentina.
Às 11:17 (de Brasília), o índice do dólar –que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas– subia 0,27%, a 103,150.
No Brasil, o BC informou mais cedo que o IBC-Br, sinalizador do Produto Interno Bruto (PIB), registrou avanço de 0,63% em junho na comparação com o mês anterior, segundo dado dessazonalizado divulgado pelo BC nesta segunda-feira. A expectativa em pesquisa da Reuters era de uma alta de 0,60% no mês.
Na sexta-feira, o dólar à vista fechou o dia cotado a 4,9045 reais na venda, com alta de 0,42%.
O Banco Central fará nesta sessão leilão de até 16.000 contratos de swap cambial tradicional para fins de rolagem do vencimento de 2 de outubro de 2023.
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