Os games já são considerados um importante elemento para manter a saúde mental. O reconhecimento é de grande parte dos gamers brasileiros que participaram da pesquisa “Mundo Infinito dos Games” – cerca de 1/3 dos jogadores admitem que jogam para manter o cérebro ativo.
O levantamento foi feito pela agência Live, pela empresa de pesquisa Talk Inc e pelo hub B1ld e apresentado na semana passada em um evento no Learning Village, hub de desenvolvimento de pessoas da HSM. Foram ouvidas 1597 pessoas em todo o território nacional. Desse montante, 64% jogam, 28% já jogaram, mas não jogam mais e 8% nunca jogaram.
Confira 6 perfis do gamer brasileiro:
O efeito positivo na mente, apontado por grande parte dos participantes, tem relação com os círculos criados dentro dos jogos: 42% das pessoas de 16 a 26 anos concordam que jogar amplia o círculo de amizades. A conexão profunda que os jogos promovem chegam a virar namoros e até casamentos. Pessoas relatam relações duradouras que nasceram no ambiente online, evoluíram para o físico e se transformaram em relacionamentos para a vida.
“O lado positivo é que as pessoas passam algumas horas conhecendo novos usuários, aprendendo sobre lugares, uso e aplicações de novas tecnologias, conhecem diversas habilidades, línguas e interesses diversos… com isso passam a ter um ganho emocional e, dependendo do jogo, até habilidades super específicas. O lado negativo é basicamente o vício de entender que boa parte do seu dia está de certa forma parado, dependente, on-line e em um mundo fantasioso, ao invés de criar laços e relações interpessoais, aflorando os nossos sentidos vitais”, destaca Sérgio Percope, Head do hub de Games do Learning Village.
Leia também:
Coca-Cola e Riot fecham parceria inédita para o mundo dos games
Como a Coca-Cola criou a primeira bebida no metaverso?
Conheça as 10 marcas mais populares entre os gamers brasileiros
“No estudo, percebemos a importância e o papel do jogar em vários aspectos ligados à saúde mental. Diferentes pessoas usam o momento de jogar como uma ferramenta que ajuda a lidar com questões e problemas do cotidiano e da vida. Isso não é diferente de outras atividades que lidam com o stress e ajudam a desligar, como praticar um esporte ou assistir um filme. Mas a característica que é muito única dos games é seu caráter imersivo e fantasioso, uma combinação que potencialmente tira as pessoas do lugar onde elas estão e as leva para outra realidade”, explica Carla Mayumi, Strategy Lead Da Talk Inc.
O caráter de socialização, segundo ela, também é importante, “pois o jogo acaba sendo uma forma de conviver com amigos e a família, em alguns casos (também pode afastar da convivência familiar). Tivemos também o relato de enfrentar uma morte na família e encontrar nos amigos do jogo um espaço de conforto. Isso é mais forte entre as pessoas que jogam jogos multiplayer, pois os jogos são coletivos, jogados entre pessoas ou grupos.”
Acompanhe a série especial “Empreendedores Gamers”:
A história de Susy Egert: de corretora de imóveis a dona de um time de e-sports
Outro recorte importante da pesquisa foi entender por que as pessoas jogam. Foram identificados cinco motivos principais. O primeiro é por Diversão. Em segundo lugar vem a Fantasia como argumento de jogo considerando os games como uma forma importante de fugir da realidade e inserir as pessoas em universos paralelos. O Jogo por si só também é um argumento para atrair as pessoas, bem como a estratégia, a competição e o nível de dificuldade.
Conhecimento também aparece como uma motivação importante das pessoas que jogam. Elas admitem que usam as plataformas para ficar por dentro de novidades e aprender novos idiomas. Socialização, que se resume a fazer amigos e participar de comunidades é outro elemento fundamental para os jogadores.
O post Muito além do entretenimento: games viram opção para saúde mental apareceu primeiro em Forbes Brasil.