A exportação de café verde do Brasil saltou 22,3% em julho em relação ao mesmo mês do ano passado, para cerca de 2,7 milhões de sacas de 60 kg, com uma disparada nos embarques de grãos canéforas (robusta/conilon), informou nesta quarta-feira (9) o Conselho dos Exportadores de Café (Cecafé).
Já com a colheita da nova safra do Brasil adiantada, os embarques de robusta/conilon somaram 505,15 mil sacas, disparada de 245,4%, em momento em que o mercado internacional está demandante por conta de uma baixa oferta e preços elevados de grãos do Vietnã, maior produtor desta variedade.
Foi o melhor resultado da variedade canéfora para um único mês desde setembro de 2020, segundo o Cecafé, que atribuiu a alta nos embarques aos diferenciais competitivos do produto brasileiro frente ao mercado global, além da disponibilidade de produto.
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“Vivemos uma janela de oportunidade aos cafés conilons e robustas brasileiros diante das elevadas cotações do mesmo produto, principalmente de Vietnã e Indonésia”, disse o presidente do Cecafé, Márcio Ferreira, em nota.
“Tanto que essas nações asiáticas elevaram suas importações dos nossos cafés em 382,9% e 52,1%, respectivamente, no acumulado deste ano até julho”, acrescentou o presidente do Cecafé.
As perspectivas para agosto são positivas, e os embarques dos canéforas brasileiros devem seguir firmes, pelo menos neste mês, disse o dirigente.
Já a exportação de café arábica, que tradicionalmente responde pela maior parte dos embarques brasileiros, somou 2,19 milhões de sacas no mês passado, avanço anual de 6,5%.
Considerando cafés industrializados, principalmente solúvel, a exportação total somou 2,99 milhões de sacas em julho, primeiro mês da safra 2023/24, crescimento de 18,7%.
Em receita, a alta em julho foi de 5,2%, para 627,8 milhões de dólares.
Apesar dos bons resultados, os embarques totais dos cafés do Brasil seguem negativos no acumulado do ano, em volume e receita, refletindo duas safras menores em 2021 e 2022, e o recuo dos preços no mercado internacional, disse o Cecafé.
De janeiro a julho, o maior produtor e exportador global embarcou 19,222 milhões de sacas, com faturamento de 4,17 bilhões de dólares, quedas de 14,7% e 20,5%, respectivamente.
Nos sete primeiros meses de 2023, os Estados Unidos seguem como principais importadores dos cafés do Brasil, com a aquisição de 3,433 milhões de sacas, volume 26,5% inferior ao registrado no mesmo ciclo de 2022. Esse montante equivale a 17,9% dos embarques totais brasileiros no intervalo recente.
Por continentes e blocos econômicos, o Cecafé destacou avanços de 87,7% e de 25,3% para os países Árabes e para a Ásia.
“Nesse último exemplo, vale enaltecer as exportações dos cafés do Brasil à China, que evoluíram 102,7% ante os sete primeiros meses de 2022 e atingiram 408.046 sacas”, disse Ferreira, ressaltando que país asiático é o 13º principal comprador do produto brasileiro.
O Cecafé disse ainda que os cafés que possuem qualidade superior ou certificados de práticas sustentáveis responderam por 16,3% das exportações totais brasileiras do produto em 2023, com o envio de 3,142 milhões de sacas ao exterior. Esse volume representa queda de 19,8% na comparação com o registrado entre janeiro e julho do ano antecedente.
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