A produção global de açúcar será menor do que o consumo esperado pela segunda temporada consecutiva em 2023/24 (outubro a setembro), já que a produção brasileira quase recorde não será suficiente para compensar as reduções em outras regiões, disseram analistas na segunda-feira.
A empresa de consultoria de açúcar CovrigAnalytics disse em um relatório que espera um déficit de oferta global de 2,2 milhões de toneladas métricas (MMT) em 2023/24, enquanto a corretor e provedora de serviços da cadeia de suprimentos Czarnikow vê um déficit de 900.000 toneladas.
A CovrigAnalytics atualizou suas estimativas de produção com cortes na Tailândia (-2,52 milhões de toneladas), Índia (-1,1 milhão de toneladas), Paquistão (-505 mil toneladas), China (-304,35 mil toneladas), Filipinas (-225 mil toneladas), México (-215 mil toneladas), e União Europeia (-250.000 toneladas).
“Esses cortes nas expectativas de produção devem-se principalmente ao clima seco que afeta as safras e à menor área cultivada (em algumas regiões). O fenômeno El Niño pode prejudicar ainda mais o desenvolvimento e a colheita dessas safras em agosto-abril”, disse a empresa em um comunicado.
A produção de açúcar do centro-sul do Brasil deve aumentar para 38,7 milhões de toneladas, ante 33,8 milhões de toneladas na safra anterior, já que as usinas estão destinando o máximo possível de cana-de-açúcar para a produção do adoçante e o clima está favorável.
A CovrigAnalytics disse que as usinas no Brasil estão investindo em mais capacidade de produção de açúcar para poder usar até 55% da cana para produzir açúcar em alguns anos.
A Czarnikow disse que a produção na Tailândia será a menor em uma década, com apenas 7,4 milhões de toneladas, contra 10,8 milhões de toneladas na temporada anterior.
“Isso é impulsionado por uma combinação de clima quente e seco que prejudica o desenvolvimento da cana e uma grande mudança dos pequenos agricultores para plantar mandioca em vez de cana-de-açúcar”, disse a corretora em uma atualização de suas estimativas globais de açúcar.
A Czarnikow afirmou que o mundo consumirá uma quantidade recorde de açúcar em 2023/24, pouco mais de 179 milhões de toneladas, devido principalmente ao crescimento populacional que exige 2 milhões de toneladas de volume adicional a cada temporada.
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