Mercado Livre tem salto de 113% no lucro líquido do 2º trimestre

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O resultado operacional do Mercado Livre medido pelo lucro antes juros, impostos, depreciação e amortização foi de US$ 558 milhões de abril ao final de junho

O Mercado Livre teve crescimento de 113% no lucro líquido do segundo trimestre frente ao mesmo período do ano anterior, para US$ 261,9 milhões, diante de aumento da receitas no marketplace e melhora nas operações do braço financeiro do grupo, de acordo com balanço publicado pela companhia nesta quarta-feira (2).

A estimativa média de analistas era de lucro de US$ 227,6 milhões, com base em dados coletados pela Refinitiv.

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“O resultado foi muito consistente entre múltiplas unidades de negócios e múltiplas geografias”, disse André Chaves, vice-presidente sênior de estratégia, desenvolvimento corporativo e relações com investidores do Mercado Livre, à Reuters.

O resultado operacional medido pelo lucro antes juros, impostos, depreciação e amortização foi de US$ 558 milhões de abril ao final de junho, um crescimento de 123,7% ano a ano em dólar, enquanto analistas esperavam Ebitda de US$ 505,4 milhões. Já a margem Ebitda saltou de 9,6% no mesmo período do ano passado para 16,3%. No primeiro trimestre de 2023, havia sido de 11,2%.

“Não tem uma bala de prata”, disse Chaves sobre o aumento de margem operacional. De acordo com ele, fatores como maiores vendas no marketplace, um crescimento nas linhas de pagamentos e uma melhora no risco da carteira de crédito contribuíram para o salto.

Para os próximos trimestres, o executivo afirmou que há potencial de elevar mais a rentabilidade, mas que o Mercado Livre procura balancear o foco dos investimentos entre aqueles voltados para o curto e o longo prazos, ao mesmo tempo que busca aumentar margem.

“Queremos entregar uma melhora consistente de margem aos acionistas, muito mais de maneira anual, do que talvez no trimestre a trimestre”, disse Chaves.

A receita líquida total no trimestre foi a US$ 3,4 bilhões, avanço de 57,3% em moeda constante, impactada pelo maior número de usuários ativos, que aumentou 29% ano a ano, para 108,6 milhões, disse a empresa.

No negócio de comércio eletrônico, a receita líquida foi de US$ 1,9 bilhão em moeda constante, avanço de 64,8% ano a ano, com o volume geral de vendas medido pelo indicador GMV tendo alcançado US$ 10,5 bilhões, alta de 47,2%.

Citando dados da empresa de pesquisa de mercado Neotrust, Chaves destacou que o crescimento ocorre com ganho de participação no Brasil, onde o GMV avançou 25% no trimestre, e detalhou o impacto da crise na rival Americanas.

“A gente fechou o ano passado crescendo mais ou menos no ritmo de 20%. Isso aqui acelerou, mas o 20% é de ganho de ‘market share’, é de melhora de produto. Talvez do 20% ao 25% você possa atribuir à Americanas. Agora, os 20% de base, contra um mercado negativo, isso tem a ver com todo o resto do negócio.”

Mercado Pago avança

A unidade financeira do Mercado Livre, o Mercado Pago, também manteve expansão da receita líquida, com avanço de US$ 1,5 bilhão, alta de 48,4% em moeda local na comparação anual.

O TPV (volume total de pagamentos) foi a US$ 42 bilhões no trimestre, disparada de 96,6% frente igual período de 2022, enquanto, no negócio de crédito, a carteira cresceu 21% ano a ano, e a inadimplência de até 90 dias ficou em 9,9%, contra 9,5% no primeiro trimestre e 13,2% um ano antes.

Chaves afirmou que o negócio do Mercado Livre deve ser beneficiado pela queda na taxa básica de juros do Brasil neste segundo semestre, mas mais do lado de comércio eletrônico e pagamentos do que no crédito, onde o efeito será mais indireto, menos imediato.

Na linha de custos, o Mercado Livre registrou despesas operacionais totais de US$ 1,2 bilhão no trimestre, contra US$ 1 bilhão no mesmo período do ano anterior.

Questionado sobre o Remessa Conforme, programa do governo que dará benefícios tributários a empresas de comércio eletrônico internacional que aderirem a certas regras da Receita Federal, Chaves disse que a adesão do Mercado Livre é “possível”, mas ainda está sendo discutida.

A empresa tem menos de 1% do GMV do Brasil gerado por meio do comércio “cross border”, ou transfronteiriço, disse o executivo.

Quanto às bases do programa, o executivo vê evoluções com a tributação, mas disse que o cenário ainda é desigual negativamente para os vendedores locais. “Enxergamos o programa como um avanço, mas não é um avanço que é suficiente”, disse.

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