Chega de turistas: destinos da Europa impõem proibições, multas e impostos

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Overtourism na Europa: multidão de turistas em praia em Barcelona, na Espanha

Cansados do trânsito, barulho, poluição e lixo causados pelos turistas, muitos destinos populares na Europa estão trocando os slogans de suas campanhas: o “venham nos visitar” de antes se transformou em “por favor, não venham”, numa estratégia voltada ao anti-turismo, com medidas para desencorajar visitantes – algumas bastante severas.

Tomado por visitantes, grande parte dos destinos europeus tornaram-se praticamente inabitáveis para seus moradores locais e estão superlotados, inseguros e desconfortáveis. A beleza, serenidade e simplicidade de muitos dos lugares mais desejados do continente não estão mais conseguindo sobreviver ao fluxo de milhões de pessoas ano após ano.

Embora esse ainda não tenha se tornado um problema oficial para a União Europeia, o debate sobre como lidar com o excesso de turistas já começou. O enorme número de visitantes, que antes era muito bem visto pelos países, hoje é a causa de uma reação negativa coletiva.

“O excesso de turismo já é tão agudo que destinos populares estão fazendo o impensável e tentando desencorajar ou bloquear chegadas”, publicou o “The Guardian”. “Os lugares mais perfeitos do mundo estão sendo transformados em cenários para selfies de turistas. O overtourism na Europa está tornando os destinos no oposto do que costumavam ser“.

Veja na galeria abaixo as principais ações dos países da Europa contra o “overtourism”:






Por toda a Europa, mas especialmente nas cidades e vilas mais populares, os moradores locais afirmam que não aguentam mais os efeitos destrutivos do excesso de turismo. Veneza, por exemplo, está tão sobrecarregada pelo número de visitantes que introduziu uma taxa de entrada que varia de € 3 a € 10 para acessar a cidade e suas ilhas. Para gerenciar as multidões, a Grécia implementou um sistema de agendamento de horários para a Acrópole.

As multidões também não são uma experiência agradável para os próprios turistas, que ficam presos em longas filas apenas para caminhar em calçadas, comprar uma bebida, entrar em um restaurante ou embarcar em um trem, avião ou ônibus. Até maravilhas naturais ou criadas pelo homem, como igrejas, foram monetizadas.

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“A espera para visitar a Acrópole em Atenas é de mais de duas horas”, relatou a Associated Press. “As filas de táxis na principal estação de trem de Roma também estão enormes. E há tantos turistas concentrados na Praça de São Marcos em Veneza, que as multidões se acumulam ao atravessar as pontes, mesmo em dias úteis”.

Florestas intocadas, praias e pequenas cidades pitorescas às vezes estão tão cheias que os visitantes não têm outra alternativa a não ser seguir as multidões. Os museus também estão ficando lotados, tanto que para ver uma exposição popular é necessário fazer reserva com meses de antecedência. E mesmo assim, é difícil ver e apreciar as obras de arte devido ao número de pessoas ao redor delas.

A Organização Mundial do Turismo prevê que, até o final desta década, o fluxo de turistas internacionais ultrapasse a impressionante marca de 2 bilhões de pessoas. Governos locais e nacionais estão sob pressão para encontrar soluções para o boom do overtourism na Europa e alguns têm implementado restrições recentes.

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