Heineken corta previsão após altas de preços no 1º semestre

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Kham/Reuters

Copos de cerveja Heineken em restaurante em Hanoi, no Vietnã.

A Heineken, a segunda maior cervejaria do mundo, cortou nesta segunda-feira (31) previsão de crescimento de resultado em 2023, depois que uma desaceleração econômica no Vietnã e aumentos de preços comprimiram os volumes de vendas, deprimindo o desempenho do grupo no primeiro semestre mais do que o esperado.

A Heineken disse que espera que o crescimento do lucro operacional ajustado este ano fique entre zero e um dígito médio. Anteriormente, a empresa previa expansão de um dígito médio a alto. Para a empresa, o preço médio de suas cervejas foi 12,7% mais alto do que no ano anterior.

As rivais Anheuser-Busch InBev e Carlsberg fornecerão mais informações sobre as tendências globais de consumo de cerveja quando divulgarem resultados de segundo trimestre em 3 e 16 de agosto, respectivamente.

Brasil e Vietnã

No primeiro semestre, a Heineken vendeu 5,6% menos cerveja, com quedas em todas as regiões. Mais da metade da queda deveu-se ao Vietnã e à Nigéria, e os aumentos de preços também tiveram impacto.

No Brasil, a companhia afirmou que a receita líquida cresceu dois dígitos baixos na região dos 10%, impulsionada por elevação de preços “num patamar acima da indústria” e foco em marcas premium.

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“Nosso portfólio superou o mercado, com as marcas premium e mainstream crescendo em volume a taxas de um dígito alto e médio, respectivamente”, afirmou a Heineken no balanço sobre o desempenho no Brasil.

A Heineken – cuja marca homônima é a cerveja mais vendida da Europa – disse que espera uma forte reviravolta no segundo semestre, ajudada por custos mais baixos de energia e commodities e economias aceleradas geradas por melhorias de produtividade. O momento dos aumentos de preços também deve ter impacto.

“Adotamos a grande maioria de nossos aumentos de preços no primeiro semestre. Isso foi deliberado e planejado. É claro que isso afetou, até certo ponto, o desempenho do volume no primeiro semestre, mas no segundo semestre vemos que esse efeito está se moderando”, disse o presidente-executivo, Dolf van den Brink, à Reuters.

O diretor financeiro Harold van den Broek disse que a Heineken viu a pressão inflacionária diminuindo, mas não necessariamente os custos mais baixos, por isso não previu uma reversão dos aumentos de preços de cerveja.

A Heineken disse que seus resultados foram afetados por uma desaceleração econômica no Vietnã, um dos maiores mercados da empresa, que está enfrentando uma demanda global reduzida por suas exportações.

Os volumes de cerveja na região da Ásia-Pacífico caíram 13,2%, com as cervejas premium mais caras caindo ainda mais. O lucro operacional foi reduzido em cerca de um terço.

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