O cantor americano Tony Bennett, ícone da música romântica, morre aos 96 anos nesta sexta-feira (21), conforme relatado pela Associated Press. A causa da morte não foi divulgada, apesar do artista ter revelado em 2021 que havia sido diagnosticado com a doença de Alzheimer em 2016.
Bennett conquistou uma legião de fãs de todas as idades com sua voz suave e charmosa. Nada menos que Frank Sinatra chamou o ex-garçom de “o melhor cantor do ramo, depois que ele se tornou uma estrela nos anos 1950. Durante mais de 70 anos de trabalho, ele ganhou 20 estatuetas do Grammy, incluindo um prêmio pela trajetória de sua carreira.
Conforme envelhecia, seus colaboradores se tornavam cada vez mais diversos. Bennett estava em seus 80 anos quando gravou um álbum de duetos com Lady Gaga em 2014 e fez uma turnê mundial com ela em 2015. Seus parceiros em seus populares álbuns de “Duetos” foram desde o ex-Beatle Paul McCartney e a rainha do soul Aretha Franklin até a estrela country Willie Nelson e Bono, do U2.
Mesmo após o diagnóstico, Bennett continou gravando, até tendo tuitado na época: “A vida é um presente – mesmo com Alzheimer”. Devido à doença, ele se aposentou dos palcos após um último concerto no Radio City Music Hall em 3 e 5 de agosto de 2021.
Vida e carreira de Tony Bennett
Anthony Dominick Benedetto nasceu em 3 de agosto de 1926, na cidade de Nova York. Seu pai morreu quando ele tinha apenas 10 anos e sua mãe lutou para sustentá-lo como costureira. Desde criança, seu amor pela música foi igualado apenas por seu interesse pela pintura. Ele continuou a ser um pintor sério ao longo de sua vida e vendia suas obras com seu nome de batismo.
Depois de servir como soldado de infantaria na Europa durante a Segunda Guerra Mundial, Bennett estava cantando sob o nome de Joe Bari quando o comediante Bob Hope viu sua apresentação no Greenwich Village, em Nova York. Hope ficou tão impressionado que fez o cantor mudar seu nome para Tony Bennett e o usou como ato de abertura no seu programa.
O cantor assinou com a Columbia Records e o resultado foi uma sequência de sucessos pop como “Because of You”, uma versão da música country “Cold, Cold Heart” de Hank Williams, “Blue Velvet” e “Rags to Riches”. Seus shows eram lotados por legiões de adolescentes gritando.
Bennett se tornou um dos cantores mais populares da década de 1950 – graças ao seu encontro com o comediante -, até que o surgimento do rock ‘n’ roll o enfraqueceu. Sua solução foi se direcionar a um público mais maduro.
Ele, então, se afastou das músicas pop e se voltou para o jazz, trabalhando com alguns dos principais nomes desse gênero e gravando “Basie Swings, Bennett Sings” com a Count Basie Orchestra. Bennett escolhia seu material entre o jazz e as obras de compositores como Cole Porter, Johnny Mercer, George e Ira Gershwin e Richard Rodgers e Lorenz Hart.
Mas a carreira de Tony Bennett foi repleta de altos e baixos.
Ele estava na casa dos 50 anos no final da década de 1970, quando se viu enfrentando um casamento em crise, um vício em cocaína, uma dívida de impostos de US$ 2 milhões e perspectivas limitadas de trabalho. Ele superou essas dificuldades ao ceder a administração de sua carreira ao seu filho Danny, que o impulsionou para novos patamares de popularidade, apresentando-o a gerações mais jovens.
Apesar de tudo, Bennett manteve uma postura serena e sorridente, tentando permanecer fiel ao material que mais amava. Ele sempre se considerou um cantor de jazz.
Na próxima fase de sua carreira, Bennett gravou “I Left My Heart in San Francisco” em 1962. A música chegou apenas à 19ª posição nas paradas da Billboard, mas tornou-se sua canção marcante.
“As pessoas me perguntam: ‘Você não se cansa de cantar aquela música sobre San Francisco?’” – disse Bennett em uma entrevista à Reuters. “Eu respondo: ‘Você se cansa de fazer amor?’”
Em 2016, uma estátua de Bennett foi inaugurada em frente ao Fairmont Hotel de San Francisco, onde ele cantou pela primeira vez a música há cerca de 55 anos.
Atravessando gerações
Quando Danny Bennett revitalizou a carreira de seu pai no final dos anos 1970, o cantor se reuniu com Sharon, e seu álbum de 1986 “The Art of Excellence” se tornou o primeiro a entrar nas paradas em 14 anos. Através do marketing de Danny, ele foi descoberto por um público jovem que considerava Bennett muito legal, o que o fez aparecer vária vezes na MTV.
Seu álbum “MTV Unplugged” ganhou o Grammy principal de álbum do ano em 1995, bem como o de melhor performance vocal pop tradicional.
“Tony Bennett não apenas encurtou a lacuna geracional, ele a destruiu”, escreveu o New York Times em 1994. “Ele se conectou firmemente com um público mais jovem criado ao som do rock. E não houve concessões.”
Seus dois álbuns de duetos em 2006 e 2011 foram sucessos e lhe renderam grande apreço entre os ouvintes mais jovens devido a suas colaborações com estrelas mais novas. Eles também agradaram a milhões de jovens com clássicos antigos como “Stranger in Paradise”, “The Way You Look Tonight”, “Rags to Riches”, “I Wanna Be Around”, “The Lady Is a Tramp” e “Body and Soul”.
Um terceiro álbum de duetos – desta vez com estrelas da música latina – foi lançado em 2012, e ele gravou um álbum com Lady Gaga em 2014.
O post Tony Bennett, ícone da música, morre aos 96 anos apareceu primeiro em Forbes Brasil.