O tempo está passando muito rápido? Devagar? Saiba o que seu coração tem a ver com isso

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Maneira como percebemos o tempo está ligada aos nossos batimentos cardíacos, segundo pesquisa

Um novo estudo publicado pela Psychophysiology sugere que a duração dos nossos batimentos cardíacos afeta nossa percepção do tempo.

Estudos anteriores sobre o assunto eram centrados em como nossos comportamentos e emoções podem fazer com que o tempo pareça passar “mais rápido” ou “mais devagar”. Por exemplo, uma revisão de 2022 publicada na Frontiers in Psychology concluiu que quando estamos nos aproximando de algum tipo de resultado – como uma meta, recompensa ou punição – o tempo parece voar, independentemente de nos sentirmos bem ou mal com o resultado. Por outro lado, quando evitamos algo que nos traz emoções negativas, como uma ameaça ou um castigo, o tempo parece se arrastar.

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Embora esses estudos expliquem como nos lembramos do tempo que já passou, eles não nos dão uma compreensão do que significa vivenciar o tempo no presente. Também não explica como nossa percepção do tempo é uma complexa interação de psicologia e fisiologia.

No estudo recente, conduzido na Cornell University, os pesquisadores tinham uma questão central: a variabilidade em nossos batimentos cardíacos explica as diferenças na percepção do tempo?

Mesmo o batimento cardíaco humano mais preciso varia em comprimento. Cada batimento cardíaco consecutivo será ligeiramente mais longo ou mais curto em comparação com o anterior. O que isso pode significar para a percepção instintiva dos humanos sobre o tempo?

Para responder a essa pergunta, os pesquisadores conduziram um experimento baseado em eletrocardiograma em 45 participantes com idades entre 18 e 21 anos. O eletrocardiograma mediu com precisão a duração de cada batimento cardíaco e também levou em consideração os espaços entre eles. A máquina também era conectada a um computador que emitia um bipe curto (com duração de cerca de 80 a 188 milissegundos) cada vez que o coração de um participante batia. Cada participante foi, então, perguntado sobre quanto tempo cada bipe pareceu durar, e suas respostas e frequência cardíaca foram analisadas.

Os resultados? O estudo descobriu que quando os participantes tinham batimentos cardíacos mais curtos, eles achavam que o bipe durava mais do que realmente durava. Mas, quando eles tiveram um batimento cardíaco longo, eles pensaram que o som do bipe era mais curto do que realmente era. Os pesquisadores chamam esse fenômeno de “rugas temporais”.

O estudo também explorou o papel que o cérebro desempenhou na regulação dos batimentos cardíacos dos participantes. Os dados mostraram que uma vez que um participante ouviu um bipe, seu cérebro teve que se “reorientar” para atender ao som. Essa resposta influenciou seus batimentos cardíacos e, portanto, também sua percepção do tempo.

Essas descobertas lançam luz sobre como nossa percepção do tempo provavelmente está sempre oscilando e está, pelo menos em parte, ligada ao funcionamento do nosso coração. Esse conhecimento pode se mostrar útil à medida que aprendemos a combinar fisiologia e psicologia para melhorar o gerenciamento de condições de saúde mental, como depressão e TDAH, que são conhecidas por alterar a forma como as pessoas percebem o tempo.

*Mark Travers é colaborador da Forbes USA. Ele é um psicólogo americano formado pela Cornell University e pela University of Colorado em Boulder. 

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