Greve de Hollywood pode gerar consequências econômicas de mais de US$ 3 bi

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Los Angeles Times via Getty Images

Jane Fonda e Lily Tomlin são apenas algumas das maiores estrelas de Hollywood que se juntaram à greve.

A paralisação dos artistas contra os estúdios de Hollywood terá um impacto econômico significativo. É a primeira vez em 63 anos que tanto o Sindicato de Atores (SAG – AFTRA) quanto o Sindicato de Roteiristas (WGA) entram em greve simultaneamente, após não chegarem a um acordo com a Alliance of Motion Picture and Television Producers (AMPTP), que representa estúdios como a Disney, Sony e Warner. De acordo com especialistas, os custos financeiros e humanos dessa paralisação serão catastróficos.

Após quatro semanas de intensas negociações entre o SAG-AFTRA e os estúdios, dois pontos principais permanecem em destaque: inteligência artificial (IA) e pagamento de royalties por streaming. Como resultado, Hollywood está agora oficialmente paralisada.

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Além dos atores e diretores, cada filme e série de televisão emprega aproximadamente 300 trabalhadores, que ficarão desempregados. Isso inclui carpinteiros, fornecedores de alimentos, cabeleireiros, contadores, cenografistas e assistentes de produção. Os pintores que trabalham com produções também serão afetados, assim como a indústria de viagens que transporta e hospeda o elenco e a equipe de produção.

Essa greve pode resultar em uma consequência econômica que ultrapassará os estimados US$ 2,1 bilhões (R$ 2,9 bilhões na cotação da época) perdidos durante a greve de 100 dias em 2007, que envolveu apenas os escritores. Um relatório do Instituto Milken após a greve de 16 anos atrás estimou uma perda de 37,7 mil empregos.

Os especialistas econômicos apontam que a situação atual é ainda mais complexa devido às instabilidades persistentes causadas pelos fechamentos durante a pandemia, às mudanças na indústria do entretenimento devido ao streaming e às preocupações sobre a substituição de escritores e atores por inteligência artificial.

O custo dessa paralisação pode superar os US$ 3 bilhões (R$ 14,4 bilhões, na cotação atual), com as maiores estrelas de Hollywood se unindo aos escritores. A menos que um acordo possa ser alcançado rapidamente, a indústria cinematográfica enfrentará dias sombrios.

Consequências da greve

Alicia Reese, vice-presidente de pesquisa de equidade na Wedbush Securities, afirma que essa situação afetará as redes de televisão e os serviços de streaming a curto prazo, e deve pressionar a Netflix, a Disney e outros estúdios a negociar e resolver a questão o mais rápido possível.

No entanto, Bob Iger, CEO da Disney, afirmou que a WGA e a SAG-AFTRA têm expectativas irrealistas, indicando que os estúdios esperam que escritores e atores cedam mais nas negociações.

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Em relação ao impacto para os consumidores, Reese destaca que os serviços de streaming podem precisar aumentar os preços se os custos de conteúdo aumentarem. Ela sugere que esses serviços fortaleçam suas opções de publicidade para aumentar sua receita.

Tony Marlow, CMO Global da LG Ad Solutions, aponta que a audiência pode se voltar para programas não roteirizados, como esportes e reality shows. No longo prazo, Marlow prevê uma lacuna significativa na criação de novo conteúdo, uma vez que os serviços de streaming não terão acesso a novos conteúdos roteirizados para atrair espectadores às suas plataformas.

Reese afirmou que as bilheterias podem ser afetadas no curto prazo se as estrelas do cinema não puderem fazer a divulgação adequada, já que os fins de semana de estreia não terão o impulso que teriam com uma intensa turnê de imprensa.

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