Como Jane Birkin inspirou a icônica bolsa da Hermès

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Em 2015, Birkin escreveu uma carta à Hermès pedindo que tirassem seu nome dos modelos feitos com pele de crocodilo, entre os mais caros da grife

A atriz, modelo e cantora Jane Birkin, que inspirou a icônica Birkin, a bolsa da Hermès que está entre as mais desejadas do mundo, morreu no último domingo (16) aos 76 anos, depois de influenciar uma geração de diretores, designers de moda, músicos e fashionistas.

A Birkin nasceu quando a sacola de Jane arrebentou dentro do avião. Ela reclamou pois a bolsa Kelly (outro modelo famoso da marca, nomeado assim por causa de Grace Kelly) não comportava todos os seus pertences. Ao seu lado estava Jean-Louis Dumas, presidente e designer-chefe da Hermès, que pegou um saquinho de enjôo e desenhou uma bolsa maior para que ela pudesse deixar aberta e carregar tudo o que quisesse. 

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As primeiras bolsas Birkin foram lançadas pouco tempo depois, em 1984, e desde então se tornaram um símbolo de status. Nos Estados Unidos,  custam a partir de US$ 10 mil (R$ 48 mil) e chegam a US$ 60 mil (R$ 289 mil). As listas de espera para modelos mais raros podem se estender por meses ou anos e as clientes que disputam essas raridades precisam ser convidadas pessoalmente para comprar uma Birkin pelos vendedores da grife. Não basta querer e poder pagar. 

Celebridades conhecidas por amar a Birkin bag incluem Kate Moss, Jennifer Lopez, Victoria Beckham, Mary-Kate e Ashley Olsen e as irmãs Kardashian-Jenner que, juntas, têm dezenas de Birkins.

Divulgação

Hermès Birkin, de couro clemence e ferragens banhadas com paládio

Cesta de palha como bolsa

Descrita como o epítome do estilo francês, Jane Birkin nasceu em Londres e foi catapultada para a fama no final dos anos 1960 por esse estilo “efortless”, olhos azuis profundos e o relacionamento conturbado com o famoso cantor e compositor francês Serge Gainsbourg, outro ícone da época. Os dois se conheceram nas filmagens de “Slogan”.

Juntos, eles lançaram a polêmica canção “Je t’aime … moi non plus” (“Eu te amo … eu nem tanto”) em 1969, com uma forte conotação sexual e que acabou sendo proibida pelo Vaticano e banida de estações de rádio em vários países – incluindo o Brasil. 

Essa música, somada à sua maneira descomplicada de se vestir, com jeans velhos, espadrilles, camisas jeans e suéter estilo marinheiro, fizeram dela um ícone da nova sensualidade feminina da época. Birkin ficou conhecida ainda por carregar uma cesta de vime com como bolsa de mão em todos os lugares até que seu último marido, o diretor francês Jacques Doillon, intencionalmente atropelou a cesta com seu carro.

Diamantes e crocodilos

Nove milhões de reais (US$ 2,6 milhões). Esse foi o preço da bolsa Sac Bijou Birkin lançada na coleção de 2012 da Hermès inspirada nas joias da Haute Bijouterie Collection e desenhada pelo diretor de joias finas da marca. A mini Birkin tinha 2.712 diamantes e deveria ser usada como uma pulseira, de acordo com a casa de leilão Sotheby’s. Apenas três bolsas Sac Bijou Birkin de diamantes foram feitas. Hoje, a Sotheby’s tem 105 Birkins listadas para revenda em seu site, variando de US$ 8.800 para a Bordeaux Togo 35, feita em 2010, a US$ 110.000 para a Alligator Mississippiensis, feita em 2011.

Em 2015, Birkin escreveu uma carta à Hermès pedindo que tirassem seu nome dos modelos feitos com pele de crocodilo – entre os mais caros – por causa da crueldade contra os animais. Foi um vídeo divulgado pela Ong ambiental PETA (People for the Ethical Treatment of Animals) sobre as condições das fazendas de crocodilos no Texas e no Zimbábue que motivou o pedido. E a Hermès deixou de usar peles da fazenda do Texas. As bolsas mais procuradas da marca costumam ser feitas de peles raras como crocodilo, jacaré e avestruz.

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