Nos “primórdios” do tênis profissional, o jogador era sua própria equipe. Não existia a figura do treinador, nem outra que vamos ver aqui. A tecnologia não estava disponível.
O jogador era responsável por tudo, desde apurar sua técnica/tática até o que comer, da preparação física até a reserva de hotéis e voos.
Mas os tempos mudaram e continuam mudando.
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Ainda penso que o atleta é o grande “artista” desse show. A razão do tênis é o jogador. Vemos muitos treinadores se valorizando ao extremo, mas não nos equivoquemos: o jogador é o grande responsável pelo que acontece. O treinador é de extrema importância (que foi mudando com o tempo), a equipe também, mas o artista do espetáculo é o atleta.
O primeiro a acompanhar o jogador foi a figura do treinador. E aqui me refiro ao treinador que viaja no circuito. Muitos dizem que os precursores foram Guillemo Villas, Ivan Lendl, os australianos… mas o fato é que o treinador foi o primeiro a aparecer para dividir algumas das funções com o jogador.
As tarefas principais eram ajudar o jogador na competição, manter os treinamentos enquanto viajando, estudar os adversários, fazer as viagens menos solitárias, ajudar na preparação física, entre outras.
Com a maior profissionalização e com o tênis se tornando um esporte cada vez mais físico, a preparação física foi colocada a um outro nível, com a entrada do preparador físico dentro da equipe de qualquer tenista. Martina Navratilova e Ivan Lendl são reconhecidos como os primeiros a investirem pesado na parte física.
Com a preparação física e o tênis mais físico, vieram os fisioterapeutas, que ajudam os jogadores a alcançarem uma recuperação mais rápida. O que é muito importante.
Depois disso, foi um “não parar” de profissionalização e especialização das equipes. A parte mental, que cada vez ganha mais importância no tênis, chegou com os jogadores tendo, em sua maioria, um acompanhamento psicológico voltado para performance.
Mas não para por aí: temos ainda analistas de vídeo, neurociência etc.
Hoje, o treinador, além de ser treinador, tem como grande responsabilidade gerir a equipe da melhor maneira possível.
Quanto ao jogador, hoje em dia, é uma empresa e tem que se cercar dos melhores, para que sua “empresa” dê resultados.
Nada mais do que uma empresa normal, que precisa ter especialistas (marketing, recursos humanos, gerência, direito, como alguns exemplos) de alto calibre, não só para dar os melhores resultados, mas para superar a concorrência – no caso do jogador, o adversário.
Esporte e mundo corporativo, cada vez mais, aprendendo um com o outro.
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Léo Azevedo é diretor técnico do RTB. Foi treinador olímpico do Brasil em Pequim-2008, treinador na USTA, Federação Escocesa, BTT e Equelite na Espanha. Treinou cinco jogadores números 1 no ranking juvenil da ITF, além dos profissionais Sebastian Korda, Thomaz Bellucci, Cici Bellis, Guilhermo Garcia-Lopez, Flávio Saretta, entre outros.
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