A economia da China cresceu a um ritmo frágil no segundo trimestre deste ano, uma vez que a demanda enfraqueceu no país e no exterior, com o ímpeto pós-Covid perdendo força rapidamente e aumentando a pressão sobre as autoridades para fornecer mais estímulos.
As autoridades chinesas enfrentam uma tarefa difícil ao tentar manter a recuperação econômica nos trilhos e conter o desemprego, já que qualquer estímulo agressivo pode alimentar riscos de dívida e distorções estruturais.
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O Produto Interno Bruto (PIB) cresceu apenas 0,8% entre abril e junho em relação ao trimestre anterior, em uma base com ajuste sazonal, mostraram dados divulgados pelo Departamento Nacional de Estatísticas nesta segunda-feira (17). A expectativa de analistas em uma pesquisa da Reuters era de expansão de 0,5%, depois de um crescimento de 2,2% no primeiro trimestre.
Na comparação anual, o PIB cresceu 6,3% no segundo trimestre, ante 4,5% nos três primeiros meses do ano, mas a taxa ficou bem abaixo da previsão de 7,3%.
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“Os dados sugerem que o boom pós-Covid da China claramente acabou”, disse Carol Kong, economista do Commonwealth Bank of Australia.
“Os indicadores de alta frequência estão acima dos números de maio, mas ainda mostram um quadro de recuperação sombria e vacilante e, ao mesmo tempo, o desemprego juvenil está atingindo níveis recordes”.
Os dados aumentam o risco de a China não atingir sua modesta meta de crescimento de 5% para 2023, dizem alguns economistas.
Dados de junho, divulgados juntamente com os números do PIB, mostraram que as vendas no varejo da China cresceram 3,1% em relação ao mesmo período do ano anterior, desacelerando acentuadamente em relação ao salto de 12,7% em maio. Analistas esperavam crescimento de 3,2%.
O crescimento da produção industrial acelerou inesperadamente para 4,4% no mês passado em relação a junho de 2022, ante 3,5% em maio, mas a demanda permanece morna.
O investimento privado em ativos fixos encolheu 0,2% nos primeiros seis meses, em forte contraste com o crescimento de 8,1% no investimento de entidades estatais, sugerindo fraqueza da confiança empresarial privada.
Dados recentes mostraram a recuperação pós-Covid perdeu força rapidamente, já que as exportações tiveram a maior queda em três anos devido ao arrefecimento da demanda interna e externa, enquanto uma desaceleração prolongada no mercado imobiliário minou a confiança.
A fraqueza geral e os riscos de recessão global aumentaram as expectativas de que as autoridades precisarão fazer mais para sustentar a segunda maior economia do mundo.
É provável que as autoridades implementem mais medidas de estímulo, incluindo gastos fiscais para financiar projetos de infraestrutura de alto valor, mais apoio a consumidores e empresas privadas e alguma flexibilização da política relacionada ao setor imobiliário, disseram fontes e economistas.
Mas uma reviravolta rápida é improvável, dizem analistas.
Todos os olhos estão voltados para uma reunião do Politburo no final deste mês, quando os principais líderes poderão traçar o curso político para o resto do ano.
A economia da China cresceu apenas 3% no ano passado devido às restrições contra a Covid, ficando abaixo da meta oficial.
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