Segurar gases, como arroto e pum, embora seja um ato de educação, é uma prática que pode gerar desconforto e trazer algumas consequências à saúde, conforme explica o médico cardiologista Rizzieri Gomes.
Segundo ele, o acúmulo de gases no intestino pode provocar dores intestinais e um inchaço incomum na região da barriga, além do risco de rompimento da parede intestinal. “Se a pessoa os segurar por muito tempo, eles podem provocar distensão abdominal, além do endurecimento do bolo fecal, que pode ficar ressecado e dificultar depois a evacuação”, alerta.
No caso dos arrotos, o especialista acrescenta que a retenção pode causar dores que se confundem com as que se manifestam nos problemas cardíacos.
Então, o que fazer?
Estima-se que uma pessoa saudável elimine, aproximadamente, de 1 litro a 1,5 litro de gases por dia. Em grande parte das vezes, eles não representam problemas médicos, mas sua produção em excesso pode ser um sinal de alerta.
Além da má alimentação, o pum também pode estar relacionado a doenças, como a síndrome do intestino irritável, por exemplo. Já os arrotos podem ser sintomas de úlceras. “Então, caso haja dor abdominal seguido de queimação entre as refeições e à noite, o recomendável é procurar um médico”, pontua Rizzieri.
O ideal ao eliminar os gases, seja arroto ou pum, de acordo com ele, é não colocar força, pois isso pode piorar eventuais quadros de refluxo e provocar a formação de hemorroidas.
Como prevenir os gases?
É possível diminuir a produção de gases reduzindo o consumo de bebidas gaseificadas ou efervescentes e alimentos de difícil digestão no trato gastrointestinal e fermentadas por bactérias intestinais.
Além disso, comer devagar, mastigar bem os alimentos, não exagerar na quantidade e não mascar chiclete ou balas muito duras e falar menos durante as refeições também contribui para a redução dos arrotos.