Quais são os melhores lugares para se viver ao redor do mundo? Não há fonte melhor do que expatriados, que possuem uma perspectiva única sobre como é viver em um país estrangeiro. E, segundo eles, o Brasil é o 15º entre 53 países avaliados pelo Expat Insider 2023, ranking feito pela InterNations. Já quem lidera o ranking é o México.
Há uma década, a organização entrevista expatriados ao redor do mundo para criar um ranking definitivo dos melhores lugares para viver. Para a edição deste ano, foram quase 12.000 participantes, de 177 nacionalidades e que vivem em 181 países ou territórios. O relatório classifica 53 países analisando fatores como qualidade de vida, facilidade de adaptação, finanças pessoais e muito mais.
Os 15 Melhores Países Para Expatriados
Este é o segundo ano consecutivo que o México encabeça o ranking, com 91% dos expatriados dizendo que estão felizes com suas vidas no país latino.
Há muito tempo as terras mexicanas têm sido um favorito entre os expatriados. “O México tem obtido excelentes resultados desde a nossa primeira pesquisa Expat Insider há dez anos. Ele sempre esteve entre os cinco melhores do mundo”, disse o fundador da InterNations, Malte Zeeck.
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De acordo com ele, a popularidade contínua do México entre os expatriados se deve em grande parte ao seu desempenho excepcional em relação às finanças pessoais e à facilidade de adaptação. “É onde os expatriados em todo o mundo acham mais fácil se acostumar com a cultura local, onde se sentem mais bem-vindos e onde descrevem os moradores locais como a população mais amigável do mundo”, afirmou Zeeck. “Juntamente com o custo de vida relativamente baixo e o clima atraente, isso faz do México um imã para expatriados”.
Mas existem algumas desvantagens. “A segurança pessoal continua sendo um dos maiores problemas do México, tanto para os locais quanto para os expatriados”, diz o fundador. Em 2022, o México ficou em 49º lugar entre 52 destinos em termos de segurança; este ano, está em 49º lugar entre 53 países. Entre os entrevistados de 2023, 18% dos expatriados relatam não se sentirem seguros no México (em comparação com 8% globalmente).
Outros Melhores Lugares Para Se Viver
Em segundo lugar na lista deste ano está outro imã para expatriados: a Espanha, que subiu algumas posições em relação ao quinto lugar de 2022.
O que faz da Espanha um favorito entre os expatriados? De acordo com Zeeck, a Espanha sempre esteve entre o top 10 em qualidade de vida desde a primeira pesquisa Expat Insider. Os expatriados também estão felizes com as opções de lazer: o país é a vencedora global nessa categoria em 2023. Cultura e vida noturna também são pontos positivos (88% dos expatriados estão satisfeitos com as ofertas), juntamente com esportes recreativos (91% de satisfação). Para completar a lista, a Espanha ocupa o terceiro lugar globalmente em clima e tempo, o que facilita sair e desfrutar de todas essas atividades.
O país classificado em terceiro lugar na lista do Expat Insider deste ano é o Panamá. Segundo Zeeck, o resultado foi uma surpresa: “Ele não havia aparecido na pesquisa em 2022, devido à falta de entrevistados locais naquele ano, e agora retornou de forma espetacular com seu melhor resultado no relatório”.
Alguns dos atrativos do Panamá são semelhantes aos do México. O país ocupa o quarto lugar quando se trata de facilidade de adaptação e oitavo em finanças pessoais. Também possui altas pontuações para moradia, ocupando o quinto lugar mundialmente.
O Paradoxo Nórdico
A Noruega é consistentemente considerada o lugar mais feliz do mundo, mas nesta lista ela está perto do final, ocupando o 52º lugar entre 53 países. Qual é o descompasso?
“Estamos bem cientes do que chamamos de ‘paradoxo nórdico’. A Noruega, assim como os outros países nórdicos mencionados na pesquisa Expat Insider, se saem muito bem em outros rankings, como o Índice Mundial de Felicidade, mas isso geralmente não é refletido em nossos resultados”, diz Zeeck.
Por que isso acontece? “Para começar, o Índice Mundial de Felicidade é baseado em uma variedade de fatos concretos, ou seja, dados estatísticos de fontes oficiais”, afirma o fundador, que destaca que estes dados abrangem critérios como paz, democracia, direitos humanos e acesso à internet. “Isso é baseado na suposição implícita de que um bom desempenho nessas áreas automaticamente tornará a população local mais feliz”, completa.
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A pesquisa Expat Insider, por outro lado, não mede dados de fontes externas. “Nós simplesmente perguntamos às pessoas sobre sua satisfação pessoal com determinados aspectos da vida cotidiana no exterior”, diz Zeeck. Alguns desses fatores são bastante semelhantes aos que são abordados no Índice Mundial de Felicidade, como qualidade do ar, facilidade de acesso à internet de alta velocidade e segurança pessoal. “Portanto, as opiniões subjetivas dos expatriados muitas vezes concordam com estatísticas objetivas de terceiros”.
Mas, de acordo com Zeeck, uma possível razão para a infelicidade dos expatriados na Noruega e em outros países nórdicos pode ser algo que não é medido no Índice Mundial de Felicidade: a facilidade de adaptação. “Tentar fazer amigos adultos e construir uma rede de apoio pessoal como um estranho em uma sociedade frequentemente descrita como introvertida, distante ou fechada pode ser extremamente difícil”, diz ele. “E se você se sentir isolado socialmente e solitário, provavelmente não apreciará a qualidade do ar local ou o alto PIB per capita do país”.
Fazendo Amigos no Exterior
O Expat Insider 2023 também analisa os lugares onde é mais fácil ou difícil fazer amigos no exterior – um assunto importante, com tantos nômades digitais e aposentados se mudando para outros países.
Zeeck acredita que a facilidade de fazer amigos no exterior está relacionada à amizade geral da população e à abertura em relação aos residentes estrangeiros. Os cinco principais países para fazer amigos são Panamá, México, Quênia, Brasil e Filipinas. Eles também estão entre o top 10 em termos de amizade geral de seus habitantes e amizade em relação aos residentes estrangeiros.
Os cinco países com maior dificuldade para fazer amigos são Dinamarca, Áustria, Kuwait, Noruega e Alemanha. “Quando se trata de amizade geral da população, todos eles estão entre os dez últimos”, afirma.
Seria uma coincidência que os lugares mais amigáveis sejam países do sul com climas mais quentes e que a maioria dos países menos amigáveis sejam países do norte com climas mais frios? As pessoas tendem a ser mais amigáveis onde faz calor? “Não podemos dizer com certeza. Só podemos especular que um clima ameno provavelmente permite que as pessoas saiam mais e, portanto, socializem mais”, diz Zeeck.
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Outra razão: “Sociedades menos individualistas, como as mencionadas em nosso ranking dos cinco melhores países para fazer amigos, tendem a ter comunidades mais coesas, onde as pessoas passam mais tempo juntas e se ajudam mais”, acrescenta. “Portanto, elas também podem naturalmente ser mais abertas a recém-chegados, como residentes estrangeiros, e acolhê-los. Mas novamente, isso é apenas especulação e não se baseia em nossos dados reais da pesquisa”.
O País com a Classificação Mais Baixa
Na última posição da lista do Expat Insider deste ano está o Kuwait, em 53ª. “Ele é o oposto polar do México”, diz Zeeck. “Isso significa que ele não apenas ficou em último lugar em 2022 e 2023, mas também tem consistentemente se classificado entre os piores países há uma década”.
Segundo o fundador, o Kuwait tem um desempenho ruim na maioria das áreas. “A classificação geral da pesquisa Expat Insider é baseada em até 56 fatores diferentes de classificação, e em 2023, o país do Oriente Médio está entre os cinco últimos em mais de 30 deles”, diz ele. “Portanto, não é surpresa que apenas 43% dos expatriados estejam felizes com suas vidas no Kuwait, em comparação com uma média global de 72%”.
Veja o ranking completo dos 53 melhores países para expatriados viverem:
México
Espanha
Panamá
Malásia
Taiwan
Tailândia
Costa Rica
Filipinas
Bahrein
Portugal
Emirados Árabes Unidos
Omã
Indonésia
Vietnã
Brasil
Finlândia
Colômbia
Quênia
Luxemburgo
Austrália
República Checa
Holanda
Suíça
Suécia
Grécia
China
Canadá
Arábia Saudita
Estônia
Estados Unidos
Catar
Chipre
França
Hungria
Polônia
Índia
Cingapura
Bélgica
Irlanda
Hong Kong
Dinamarca
Áustria
Reino Unido
Japão
Nova Zelândia
Malta
Itália
África do Sul
Alemanha
Coreia do Sul
Peru
Noruega
Kuwait
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