O nível de glicose (açúcar) no sangue, também conhecido como glicemia, é um indicador importante da saúde de uma pessoa. A glicose é umas das fontes de energia do nosso corpo, mas o excesso dela na corrente sanguínea pode causar problemas de saúde.
Em todas as fases da vida, a alimentação é uma das responsáveis por manter o metabolismo saudável, ou seja, estabelecer o bom funcionamento do seu corpo. Através dos alimentos conseguimos os nutrientes necessários para as atividades do nosso dia a dia.
A glicose é um nutriente obtido através da alimentação e que tem como uma das funções, fornecer energia. Ao ser absorvida, ela atingirá a corrente sanguínea para depois ser distribuída para o seu destino final – os órgãos e os tecidos do corpo – onde exercerá a sua função energética.
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Nesse cenário, manter a nossa glicemia (glicose que circula no nosso sangue) em valores dentro de uma faixa metabolicamente saudável é um desafio diário. Sabemos que ao alcançar essa meta prevenimos doenças como diabetes tipo 2, alterações cardiovasculares e outras doenças crônicas. Ter picos (elevações) e vales (reduções) fora da faixa adequada é prejudicial à nossa saúde.
Glicemia e Diabetes
A resistência à insulina é uma condição em que as células do corpo não respondem adequadamente à ação da insulina, hormônio responsável por regular o açúcar no sangue. Nessa condição, o pâncreas precisa produzir mais insulina para manter a glicemia em níveis adequados. Com o tempo, esse órgão pode não ser capaz de produzir hormônio suficiente para superar essa resistência. Como resultado, teremos a manutenção de níveis elevados de glicemia que levam ao surgimento do diabetes tipo 2.
Como medir a glicemia
Existem várias maneiras de medir a glicemia, as mais comuns são através da coleta de sangue ou pela análise da glicemia capilar. Esta última é feita por meio de um medidor de glicemia, que calcula a quantidade de glicose na corrente sanguínea em uma pequena amostra de sangue. Esses medidores podem ser comprados em farmácias e o passo a passo para o uso é bem descrito na embalagem, porém vale dizer que a aferição da glicemia não é recomendada de rotina para todas as pessoas. O acompanhamento médico é essencial.
Os medidores funcionam a partir de uma pequena gota de sangue, geralmente retirada do dedo, que é colocada em uma tira reagente e inserida no aparelho medidor. O resultado é exibido em uma tela digital em poucos segundos. Vale lembrar que os resultados podem
variar ao longo do dia, dependendo do que você comeu, se você se exercitou, entre outros fatores, por isso o resultado deve ser sempre analisado por um médico capacitado. Outra forma de análise é através dos exames de glicemia de jejum e de hemoglobina glicada que geralmente estão presentes em exames de check-up.
Como evitar o aumento
Através da alimentação é possível evitar elevações bruscas da glicemia. Uma das formas de diminuir o impacto que o alimento tem sobre o nível de glicose sanguínea é combiná-lo com outro alimento que contenha fibras, proteínas ou gorduras insaturadas (castanhas e abacate, por exemplo).
As proteínas e as gorduras aumentam a liberação de hormônios que induzem saciedade, apresentam menor velocidade de digestão quando comparadas aos carboidratos e também estimulam a liberação de insulina (retira a glicose do sangue e a direciona para os órgãos). A resultante desses efeitos é a redução do pico glicêmico após se alimentar.
Por outro lado, evitar alimentos ultraprocessados, ricos em açúcares e em gorduras saturadas é o recomendado quando pensamos em evitar oscilações no nível de glicose sanguínea.
O ideal é você seguir uma estratégia alimentar individualizada prescrita por um profissional de saúde capacitado e que esteja de acordo com as necessidades do seu corpo e com as particularidades do seu dia-a-dia.
Além da alimentação, a prática regular de exercício físico é recomendada, pois leva à melhora da sensibilidade à ação da insulina e ao aumento da massa muscular (a massa muscular é metabolicamente ativa e consome glicose como fonte de energia). No contexto geral, a combinação de exercícios aeróbicos e o treinamento de força serão benéficos para a melhora da sua saúde e do seu bem-estar.
*Eduardo Rauen é cofundador da healthtech Liti Saúde, que trabalha para resolver a dor do sobrepeso e da obesidade no Brasil. É médico formado pela Universidade do Oeste Paulista (Unoeste). Integra o corpo clínico do Hospital Israelita Albert Einstein. É médico nutrólogo (com título de especialista pela ABRAN – Associação Brasileira de Nutrologia) e do Exercício e do Esporte (com título de especialista pela SBMEE – Sociedade Brasileira de Medicina do Exercício e do Esporte). Também atua como diretor técnico do Instituto Rauen – Medicina, Saúde e Bem-Estar.
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