Humanoide Sophia: um avanço real ou apenas marketing?

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Em 2018, a robô Sophia protagonizou uma conversa com o ator Will Smith

Autorreferência. Essa palavra define o repertório de Sophia, um dos humanoides mais conhecidos atualmente. Criada em 2015, Sophia já foi condecorada cidadã saudita e até contracenou com celebridades como Will Smith e Jimmy Fallon. Na semana passada, em uma entrevista coletiva realizada na Conferência da ONU (Organização das Nações Unidas), dentre várias declarações Sophia virou notícia ao dizer que “os robôs não vão se rebelar contra a humanidade.”

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Sophia foi projetada para ser capaz de interagir com as pessoas de forma natural, aprendendo com experiências e evoluindo suas habilidades ao longo do tempo. Seu desenvolvimento se baseou em tecnologias avançadas, como reconhecimento facial e processamento de linguagem natural. Além disso, ela conta com um mecanismo de aprendizado automático, permitindo que adquira conhecimentos e demonstre uma maior compreensão sobre diversos temas.

5 vezes em que Sophia atuou como celebridade:





No entanto, existem críticas relacionadas à maneira como Sophia tem sido promovida. Ricardo Cavallini, professor da Singularity University, ressaltou em artigo recente sobre o tema que “Sophia é um grande caso de PR (sigla em inglês para relações públicas)”. “O que era escondido do público é que todo o roteiro era produzido e combinado. O texto era pré-escrito e até as piadas combinadas. E suas feições de rosto eram controladas por alguém à distância. Na melhor das hipóteses, Sophia era um fantoche bem-produzido. Mas a real é que era um ótimo PR Stunt”, escreveu Cavallini.

Robôs + Chatgpt

Andra Keay, uma das maiores especialistas em robótica do mundo, diretora da Silicon Valley Robotics, entidade sem fins lucrativos criada pelas empresas de robótica do Vale do Silício, além de fundadora da Women in Robotics, afirmou à Forbes Brasil que conforme a inteligência artificial avança, a robótica também evolui. No entanto, para os robôs existirem como os idealizamos, ela afirma que uma IA como o ChatGPT não basta. “Os robôs vão precisar de uma IA que opere em diferentes camadas, que entenda a física tanto quanto as pessoas”, diz Andra.

Ela ressalta que a OpenAI, dona do ChatGPT, também tem contribuido para o ecossistema, inclusive integrando o sistema conversacional a robôs. A empresa conduziu, em fevereiro, uma rodada de investimentos de R$ 116 milhões na norueguesa 1X, anteriormente nomeada de Halodi Robotics. O objetivo é integrar o ChatGPT a uma estrutura humanoide. “O trabalho da OpenAI criou muita atividade no ecossistema do Vale do Silício”, ressalta Andra, que na entrevista à Forbes Brasil ainda falou sobre a relação entre IA e robótica e o impacto dela no cotidiano.

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“Avanços em IA sempre criam ventos favoráveis para a robótica, da mesma forma que a robótica se beneficiou de smartphones e sensores menores desenvolvidos para games ou para a indústria automotiva. Os robôs incorporam a IA, mas as mudanças atuais não são tão impactantes para eles. No momento, a IA está aprendendo, com muitos novos métodos de treinamento, o que acelera as mudanças que ocorrem na linguagem e na visão da informação digital. Carreiras em programação, trabalho de conhecimento, comunicação e criatividade estão mudando rapidamente. Mas é muito mais difícil e lento mudar a camada de infraestrutura física do mundo, e é aí que os robôs operam”, destaca Andra.

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