É muito comum que pessoas com caspa fiquem na dúvida se devem ou não higienizar os fios todos os dias, com o medo de deixar o couro cabeludo muito sensível. No entanto, na maior parte dos casos, não há restrição quanto à frequência da lavagem dos cabelos, desde que a água não esteja muito quente.
“A água quente pode remover excessivamente a oleosidade da pele, favorecendo o ressecamento, a descamação, a irritação e o efeito rebote. Por isso, contanto que a água esteja em temperatura morna ou fria, não há problema algum em tomar banho todos os dias e lavar os cabelos”, explica a dermatologista Cintia Guedes, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD).
No caso da caspa, lavar o cabelo todos os dias pode, na verdade, ajudar a controlar o quadro. “Manter a frequência de lavagem do couro cabeludo é importante para que a oleosidade não aumente e favoreça a proliferação dos microrganismos envolvidos na dermatite seborreica”, afirma a especialista.
Controle é essencial
A caspa é uma infecção caracterizada pela coceira e descamação do couro cabeludo provocada pela hiperprodução de oleosidade e pela colonização de fungos que habitam a região. Portanto, além da frequência dos banhos, também é preciso adotar outros cuidados para controlar a doença.
“Ao higienizar os cabelos, opte pelo uso de shampoos neutros à base de extratos vegetais, como aloe vera e melaleuca. Já os produtos hidratantes, como condicionadores e máscaras, podem ser usados, desde que sejam aplicados apenas no comprimento dos fios para não agravar a oleosidade do couro cabeludo. No final, enxágue bem as madeixas para evitar o acúmulo de resíduos”, orienta Guedes.
Ao sair do banho, seque bem os cabelos e evite dormir com os fios ainda molhados. “Mas cuidado com o uso de secadores, já que as altas temperaturas do equipamento podem piorar o quadro. O ideal é usar uma toalha, mas, se necessário, utilize o secador em temperaturas mais amenas e mantenha uma boa distância dos fios”, aconselha a médica.
Além disso, atentar-se à dieta, evitando o consumo de alimentos ricos em açúcar e gordura, e controlar o estresse e a ansiedade também são fundamentais para não piorar a inflamação. Contudo, o mais importante é consultar um dermatologista para que ele avalie e prescreva um tratamento individual, de acordo com o caso.