A concorrência entre dois dos homens mais ricos do mundo é antiga e vai além dos negócios. Elon Musk e Mark Zuckerberg, respectivamente com US$ 245,9 bilhões e US$ 103 bilhões de fortuna, conforme o Real Time Billionaires da Forbes, atualizado no último sábado(8), protagonizam nos últimos meses um dos maiores embates já presenciados no Vale do Silício. Na última semana, mais especificamente, o duelo se acirrou ainda mais após a Meta, de Zuckerberg, ter lançado o Threads, concorrente direto do Twitter.
Na sexta-feira (7), Musk criticou a Meta por trapacear em relação ao Threads. O advogado de Musk acusa a dona do Instagram de “apropriação indevida sistemática, intencional e ilegal dos segredos comerciais e propriedade intelectual do Twitter”. O próprio dono da Tesla tuitou a respeito: “competir é bom, trapacear não.” O ponto principal da disputa são as dezenas de profissionais contratados pela Meta após terem sido demitidos do Twitter. Desde que Musk assumiu a empresa, mais de 80% da força de trabalho da plataforma perdeu o emprego.
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“Nosso objetivo com o Threads é pegar o que Instagram tem de melhor e ampliar essa experiência para o texto”, disse Zuckerberg se referindo ao Threads. A plataforma recém-lançada chegou a 70 milhões de usuários na sexta-feira (7) e, em duas horas, alcançou 2 milhões de seguidores. Semanas antes, ambos já estavam nos holofotes após se desafiarem para lutar. “Estou pronto para lutar se ele (Zuckerberg) quiser”, provocou Musk. Zuckerberg respondeu: “me mande a localização”.” Desde então, a internet foi bombardeada de memes relacionadas à luta que poderia ocorrer em Las Vegas.
Rivais de anos
As disputas e provocações entre Musk e Zuckerberg são antigas. Foram várias as vezes em que ambos se alfinetaram. Em 2016, quando um foguete da SpaceX, de Musk, explodiu e destruiu um satélite do Facebook, Zuckerberg afirmou, em comunicado, que estava “bastante decepcionado com o erro”.” Dois anos depois, durante os escândalos da Cambridge Analytica, que envolveu vazamento de dados do Facebook, Musk afirmou que daria fim as páginas de suas empresas nas redes da Meta apontando que ela o havia causado “nervoso e desconforto”.
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O futurista Alvaro Machado Dias, autor do livro De Futuro em Futuro, afirma que a provável troca de socos entre Musk e Zuckerberg nunca se concretize, mas já é possível perceber que o período pós-pandêmico não se abre de maneira equivalente para ambos. E que Zuckerberg tende a se dar cada vez melhor.
Na história da tecnologia, foram vários os duelos diretos entre bilionários. Steve Jobs, da Apple, e Bill Gates, da Microsoft, são os mais emblemáticos. Tim Cook, da Apple, e Mark Zuckerberg, recentemente, também trocaram alfinetadas. O mesmo já ocorreu com Musk e Jeff Bezos, da Amazon. No passado, Steve Jobs e Michael Dell também tiveram seus momentos de embate direto.
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Muito além do Threads
“É preciso ter em mente que ambos são bilionários altamente reconhecidos por suas ideias audaciosas e por aquilo que representam. Musk entrou na pandemia como o grande futurista dos nossos tempos. Três anos depois, tornou-se um cara reconhecido pela falta de firmeza e clareza na aquisição do Twitter, pelo desrespeito aos jornalistas e usuários da plataforma, cujo monitoramento de qualidade caiu, e, acima de tudo, por seu temperamento complicado. No índice cara legal, ele caiu ao menos dez posições”, lembra Alvaro.
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Já Zuckerberg, segundo o especialista, foi dragado pelo delírio de que o metaverso está próximo de se realizar e se chocou contra os interesses dos investidores. “Porém, soube pivotar e hoje se encontra na linha de frente do movimento de disponibilização de versões de IA. Do ponto de vista dos usuários, é o concorrente dos sonhos à OpenAI/Microsoft. Finalmente, chegamos ao Threads. Seria precipitado assumir que vai substituir o Twitter, a despeito de seu CEO. Porém, é possível que venha a representar uma alternativa menos dominada pelo ódio. Esse ponto não pode ser menosprezado”, ressalta Alvaro.
Na quinta-feira, 6, o lançamento do Threads e a boa repercussão ajudaram a render US$ 61 bilhões a mais à fortuna de Zuckerberg. O mercado gostou. Apesar de as ações da Meta terem recuado 0,8% na quinta-feira neste mesmo dia, vários analistas elevaram o preço-alvo das ações. Na melhor das hipóteses, os analistas calculam que o valor de mercado da Meta poderia crescer US$ 150 bilhões, apesar de a nova plataforma ainda não ter perspectivas de receita.
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