Cofco integra operação inédita no café do Brasil para resiliência hídrica no Cerrado

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O projeto terá duração de uma safra e envolverá, neste primeiro ano, dez fazendas de médio porte

A trading Cofco Internacional, a Rabo Foundation, do banco holandês Rabobank, e o Consórcio Cerrado das Águas (CCA) anunciaram nesta quarta-feira (5) o primeiro “financiamento de impacto” voltado à resiliência hídrica da cafeicultura brasileira.

A chinesa Cofco, integrante do CCA e uma das idealizadoras do projeto-piloto de crédito, será a garantidora da operação e da compra do café no Cerrado. O valor total do financiamento será de R$ 1,6 milhão, de acordo com comunicado do consórcio.

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“Para que projetos como esse sejam permanentes e gerem resultados duradouros e replicáveis, é necessário a participação de diversos ‘stakeholders’ da cadeia de valor. Este foi o fator que fez a Cofco International integrar o arranjo e engajar a participação de outros players…”, disse a Global Head de Sustentabilidade da Cofco International, Julia Moretti.

O financiamento, costurado pela consultoria brasileira Alimi Impact Ventures e demais parceiros, segue uma estrutura de investimento de impacto na qual o produtor acessa o recurso a taxas de juros mais baixas e, em contrapartida, entrega indicadores pré-estabelecidos para a resiliência hídrica na propriedade e na bacia hidrográfica.

A taxa de juros de 9% ao ano só foi possível no projeto-piloto pelo envolvimento da Rabo Foundation e da Cofco, tanto como compradora da matéria-prima como garantidora da operação, sem intermediários financeiros, segundo o comunicado.

O projeto terá duração de uma safra e envolverá, neste primeiro ano, dez fazendas de médio porte participantes do Programa de Investimento no Produtor Consciente do CCA e localizadas no entorno de Patrocínio, um dos maiores polos produtores de café, no Cerrado Mineiro.

Cada propriedade receberá entre R$ 130 mil e R$ 150 mil ao longo deste período. Além disso, receberão orientação técnica do consórcio — contemplada na mesma linha de crédito — para a implementação das intervenções de campo, com foco em resiliência hídrica.

“No Brasil, nosso foco de atuação está no Cerrado por ser um bioma ainda pouco atendido pelo investimento de impacto e por ser crucial sob o ponto de vista de abastecimento de lençóis freáticos e suprimento de água”, disse a gerente de programa na Rabo Foundation para a América Latina, Lygia Freire Cesar.

Estudos identificaram que a água será um fator limitante para a permanência da cultura do café nessa região, comentou a secretária-executiva do CCA, Fabiane Sebaio, ressaltando a importância do projeto.

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“Para que o café e outras culturas agrícolas permaneçam aqui precisamos cuidar de nossos recursos hídricos: da economia em seu uso, de como ela chega ao solo, como ela se infiltra e como ela fica retida para ser liberada em períodos de escassez”, explicou a executiva do CCA, instituição criada em 2015.

O consórcio possui entre seus membros associados Nescafé, Expocaccer, Nespresso, Lavazza, Cooxupé, CofCo, Volcafé, Stockler, Daterra, Federação dos Cafeicultores do Cerrado e Cervivo.

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