Gestora Cartesius usa técnicas de IA da meteorologia para gerir fundos

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Unsplash/Brian McGowan

Previsão do tempo: antecipar ocorrências futuras por meio da análise de milhares de dados

Apesar de não parecer, a previsão do tempo é uma ciência exata. Os meteorologistas analisam informações como temperatura do ar e da água, pressão atmosférica, velocidade dos ventos, entre outras. De posse de milhares de dados, é possível prever, com um razoável grau de certeza, se fará sol ou se vai chover nos próximos dias.

Inspirado nesses métodos, a gestora de recursos Cartesius Capital vai iniciar, nesta segunda-feira (3) a captação de recursos para o fundo Cartesius Moderatus. “O Moderatus é um fundo multimercado que utiliza inteligência artificial preditiva para realizar investimentos”, diz Guilherme Rafare, sócio da Cartesius. “No entanto, os investimentos não são decididos de maneira automática e não usamos robôs.”

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Apesar da nomenclatura complicada, é simples explicar a estratégia do Cartesius. O fundo capta diariamente cerca de 5 mil dados sobre ativos líquidos, principalmente ações. Esses dados – oscilação de preços, volume e números de negócios, entre outros – são analisados por algoritmos em busca de padrões, buscando antecipar comportamentos dos preços.

No momento, o fundo “de teste”, o Cartesius Primus, rendeu 13,5% no primeiro semestre. A maior parte de sua carteira está em ativos de renda fixa. Porém, o portfólio já contou com papéis como Vale, Gerdau, Petrobras e Braskem, e outros ativos negociados na B3, como Vale, Gerdau, Petrobras e Braskem.

Inspiração em Jim Simons

Segundo Rafare, a inspiração dos fundos da Cartesius vem de uma lenda no mercado americano, o administrador de recursos Jim Simons, fundador da Renaissance Technologies. A empresa é a gestora do fundo Medallion, que rendeu cerca de 60% ao ano em média durante três décadas. PhD em matemática, Simons começou a especular com commodities no fim dos anos 1960, enquanto lecionava.

Antes disso, ele tinha trabalhado quebrando códigos para o Departamento de Defesa americano. Bilionário, Simons foi um dos primeiros em Wall Street a contratar cientistas para montar programas de gestão de recursos. E, assim como no caso do Medallion – restrito aos funcionários da Renaissance – , os computadores indicam a estratégia, mas as decisões são tomadas por gestores de carne e osso. “Os algoritmos não são capazes de identificar eventos extremos, como o começo da guerra da Ucrânia ou a pandemia”, diz Rafare. “Para evitar decisões erradas tomadas pelos algoritmos, a ‘palavra final’ é de pessoas.”

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A equipe da Cartesius é formada por profissionais da ciências exatas. “Temos cientistas cientistas e PHDs formados pela USP e pela PUC-RJ”, diz Rafare. O objetivo é aumentar a participação de profissionais fora do eixo. “Há gente talentosa fora dos grandes centros, muitos deles autodidatas, e será uma vantagem contratar essas pessoas”, diz o gestor. “Não teremos muitas vantagens se contratarmos pessoas com as mesmas ideias de quem trabalha para a concorrência.”

A captação de recursos vai começar na segunda-feira (3). O fundo, cuja gestão está a cargo de Eduardo Kemmelmeier, estará disponível na plataforma BRE AAI. A aplicação mínima é de R$ 1 mil. O fundo cobrará taxas de administração de 2% e taxa de performance de 20% do que superar a variação do CDI.

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