Cinco fatos que você precisa saber para investir na bolsa de valores

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Amanda Perobelli/ Reuters

Bolsa de Valores

O Copom (Comitê de Política Monetária) divulgou na terça-feira (27) a Ata da última reunião, com clara sinalização quanto ao início do ciclo de queda da Taxa Selic previsto para agosto, caso o cenário de desaceleração da inflação se mantenha.

Com isso, mais do que nunca o mercado começa a se posicionar com maior confiança em ativos de renda variável. A tendência é que, daqui por diante, os movimentos de alta na bolsa se tornem mais frequentes.

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O pequeno investidor que tem alguma experiência com certeza já está ajustando seu portfólio e aproveitando as excelentes oportunidades que a bolsa tem oferecido, desde o ano passado, para comprar ativos de qualidade que estavam sub precificados.

No entanto, se você está começando agora, e pretende ter ativos de renda variável em sua carteira, saiba que ainda há boas oportunidades e quanto antes você começar, melhores chances de turbinar seu patrimônio no médio e longo prazo.

O melhor momento para começar é hoje

É claro que existem momentos mais ou menos propícios quando o assunto é entrar na bolsa. Porém, o fato principal que você deve ter em mente é: sempre é hora de começar. O que muda é a estratégia.

Para ter ganhos patrimoniais relevantes no longo prazo, investir em bolsa de valores sempre será um caminho viável, portanto, quem está iniciando agora não pode se deixar levar por recortes de informação do tipo “o melhor momento já passou” ou “a hora é agora”, ou ainda escolher “o ativo do momento”.

Mais do que tudo, o que determina o melhor momento de investir em renda variável é o seu planejamento pessoal de
investimento. São suas metas, devidamente precificadas e com prazo para realização, que definem se você deve ou não investir em bolsa e em qual proporção do seu patrimônio. Mas, antes de começar, há algumas coisas que você precisa saber:

Diversificação é sua melhor amiga

Ter uma carteira que contemple diferentes setores é a melhor forma de mitigar perdas potenciais e proteger seus investimentos.

Por mais resiliente que seja um determinado setor da economia, jamais coloque todo o seu dinheiro nele. É imprescindível que você divida ou seus aportes em mais de um setor, escolhendo as melhores empresas de cada um deles.

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Aqui vale um alerta: diversificar é diferente de pulverizar. Dividir seus aportes em mais de um setor não significa comprar ativos aleatoriamente. É preciso planejamento, pois uma carteira com muitos ativos será mais difícil de administrar e, por tendência, não vai te oferecer a melhor rentabilidade.

Não concentre tudo em ações

Além do investimento direto em ações, é possível acessar a renda variável por meio de fundos imobiliários, ETFs e BDRs.

Minha sugestão é que você comece definindo qual o percentual de seu patrimônio estará em renda variável. Automaticamente isso vai também te dar o norte quanto ao percentual do aporte mensal destinado a este fim.

De posse desse número, ficará mais fácil você definir o percentual do dinheiro a investir em cada classe de ativos, de acordo com a média da rentabilidade que você pretende obter em sua carteira para atingir suas metas.

Seguir a manada não é estratégia

A democratização do acesso às informações de mercado é algo muito positivo. Como educador financeiro, sou um entusiasta dessa mudança. Contudo, todo avanço tem também seu lado ruim.

No caso da bolsa de valores, algo que vejo diariamente são pessoas que investem em determinadas ações simplesmente porque todo mundo está comentando, ou porque um determinado influencer disse que comprou. Essa é a pior maneira de começar em bolsa.

Os ativos que são bons para a sua carteira dependem de seus objetivos em termos de rentabilidade, metas pessoais, prazo em que irá deixar o dinheiro investido e, não menos importante, seu perfil de risco. Isso tudo é muito individual, e o fato de um ativo ser bom para a carteira de algumas pessoas, não a torna automaticamente boa para todos os investidores.

Invista no que você entende como funciona

Para comprar ações de uma empresa, comece se informando sobre o negócio. Afinal, comprar ações é tornar-se sócio de uma empresa. Tenho certeza que você não abriria um negócio novo sem saber nada sobre ele, não é mesmo? Com ações não é diferente.

Comece entendendo a qual setor da economia a empresa pertence, o que ela faz, como é a gestão, quais as perspectivas do negócio. Essas informações estão sempre disponíveis no site de relação com investidores. Basta digitar na busca do seu navegador o nome da empresa + RI e facilmente você encontrará o que precisa.

Se você for investir em fundos de renda variável, sejam eles ETFs, fundos de ações ou fundos imobiliários, as informações sobre características dos produtos encontram-se no site dos gestores.

Entendo que para alguns, pode parecer tedioso ter que ficar lendo essas informações, mas lembre-se: é o seu dinheiro! Para empregá-lo bem e obter retornos consistentes, você precisa entender o que está fazendo. Lembre-se que informação é poder.

Disciplina e constância podem te deixar rico

Definir um percentual de sua renda a ser destinada mensalmente aos seus investimentos e manter essa disciplina de forma ininterrupta tende a te oferecer melhores resultados do que se acertar qual “o ativo do momento”.
Renda variável é investimento para longo prazo, então, neste caso não existe “o ativo do momento”, pois os ciclos econômicos mudam. Falei sobre isso recentemente aqui na Forbes.

Sendo assim, mantenha-se fiel ao seu planejamento, mantenha-se bem-informado sobre os acontecimentos da economia para monitorar a necessidade de eventuais ajustes na carteira e para aproveitar oportunidades e, sobretudo, estude.

Quando você estuda, deixa de ser refém das informações e passa a usá-las a seu favor com a devida antecedência. Te garanto que depois de experimentar essa sensação de poder que é tomar decisões financeiras com base em seus próprios conhecimentos, você não vai mais abrir mão dela por nada.

Eduardo Mira é formado em telecomunicações, com pós-graduação em pedagogia empresarial e MBA em gestão de investimento. É analista CNPI, certificado CPA10 e CPA20, ex-gerente do Banco do Brasil e da corretora Modal.

Os artigos assinados são de responsabilidade exclusiva dos autores e não refletem, necessariamente, a opinião de Forbes Brasil e de seus editores.

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