O IPCA-15 ficou praticamente estável em junho graças à queda dos preços de combustíveis e a taxa em 12 meses foi ao menor nível em quase três anos, o que deve intensificar os argumentos para o início de um ciclo de corte de juros depois de o Banco Central ter indicado essa possibilidade para agosto.
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15)registrou variação positiva de 0,04%, taxa mais baixa em nove meses, contra alta de 0,51% em maio, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta terça-feira (27).
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Assim, o índice considerado prévia da inflação oficial, medida pelo IPCA, acumulou em 12 meses até junho alta de 3,40%, de 4,07% em maio, resultado mais baixo desde setembro de 2020 (2,65%).
A meta para a inflação este ano é de 3,25%, com margem de 1,5 ponto percentual para mais ou menos, medida pelo IPCA.
Apesar da forte desaceleração, os resultados ficaram acima das expectativas em pesquisa da Reuters de uma taxa negativa de 0,01% no mês e de alta de 3,36% em 12 meses.
Na semana passada, o BC manteve a taxa básica Selic em 13,75% ao ano, como esperado, e manteve um tom duro ao avaliar o processo de desinflação no Brasil.
Mas depois de frustrar o mercado financeiro e atrair novas críticas do governo ao deixar de indicar intenção de cortar juros na próxima reunião, a ata desse encontro sinalizou nesta terça possibilidade de corte de juros “parcimonioso” em agosto.
Em junho, o que puxou o IPCA-15 para baixo foi a queda de 3,75% do preço dos combustíveis, ajudando o grupo de Transportes a registrar deflação de 0,55%.
O maior impacto negativo individual foi exercido pelo recuo de 3,40% no preço da gasolina, mas os demais combustíveis também sofreram recuo nos preços: óleo diesel (-8,29%), etanol (-4,89%) e gás veicular (-2,16%).
A Petrobras anunciou em maio e junho redução do preço da gasolina como resultado de uma reformulação em sua estratégia comercial, que deixará de seguir a paridade de preços de importação.
Os movimentos se deram antes de aumentos previstos da tributação que devem se refletir nos preços neste e no próximo mês.
Além dos Transportes, outros dois grupos registraram queda de preços — Alimentação e bebidas (-0,51%) e Artigos de residência (-0,01%).
A alimentação no domicílio registrou queda de 0,81% em junho, enquanto na alimentação fora de casa houve desaceleração na alta dos preços para 0,29%.
Na outra ponta, a maior variação no IPCA-15 de junho foi a alta de 0,96% do grupo Habitação, enquanto os custos de Vestuário aumentaram 0,79% Despesas pessoais subiram 0,52%.
Analistas também alertam para a resiliência da inflação de serviços, acompanhada de perto pelo Banco Central, e a pressão nos núcleos.
A pesquisa Focus mais recente realizada pelo Banco Central junto ao mercado mostra que a expectativa é de que o IPCA encerre este ano com alta acumulada de 5,06%, indo a 3,98% em 2024.
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