Se você já ouviu o nome da Karla Marques Felmanas mas não sabe de onde, é capaz de já ter se deparado com o “nickname” Karla Cimed. É esse o usuário das redes sociais da empresária farmacêutica, e foi nas redes que ela se tornou conhecida ao grande público. “Nem sou mais a Karla Marques, virei Karla Cimed. Eu gosto disso”, se diverte.
Essa história começou quando a empresária entrou na lista de Mulheres de Sucesso da Forbes, em 2021. Incentivada por amigos, resolveu abrir seu perfil no Instagram, que até então tinha 600 seguidores – hoje ela soma mais de 700 mil só na plataforma de fotos e vídeos. Sua linha editorial é falar direto com o público sobre negócios, mercado e o seu dia a dia, seja como gestora, seja como membro da extensa família Marques. Seu jeito casual e carismático de se conectar a transformou num fenômeno da comunicação e ajudou a colocar uma cara muito humana num negócio de uma indústria tradicional.
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Apesar de vir de uma linhagem de empresários farmacêuticos – seu avô fundou o laboratório Prata nos anos 1950 e seu pai fundou o grupo Cimed -, o destino de Karla não foi traçado na maternidade. Ela chegou a cursar faculdade de moda e abrir um negócio de camisetas, mas após o seu primeiro estágio na empresa familiar, na área de produção, viu que era isso que fazia seus olhos brilharem.
Hoje, Karla é vice-presidente da Cimed, que é a quarta maior farmacêutica do Brasil. Sua rotina é regrada: ela acorda todos os dias antes das seis da manhã, pratica exercícios físicos e segue para um dia inteiro de compromissos profissionais. Uma vez por semana, ela visita a planta industrial da empresa em Pouso Alegre, em Minas Gerais. Apesar de, ao longo dos anos, ter passado por várias áreas da empresa, ela garante que continua intimamente ligada com a área de produção: “quando eu saio de um andar para o outro [na fábrica] eu sei quantas linhas estão ligadas”, confessa.
Karla e a empresa têm o que comemorar. Além de serem líderes na produção de vitaminas e medicamentos OTC (over the counter, aqueles que não precisam de prescrição médica), eles celebram o gol comercial que foi Carmed Fini, protetor labial desenvolvido em parceria com a marca de guloseimas, que viralizou nas redes sociais e voou das prateleiras das lojas. O case, destrinchado na internet, foi abordado até pela própria empresária, que não é de esconder cartas na manga. Atualmente, a Cimed tem voltado seu foco em medicamentos genéricos, de olho em ir além do patamar das maiores da indústria para se tornar a maior.
A seguir, Karla Fernandes responde o questionário da “Mulher de Sucesso”.
O sucesso para você, hoje, significa o quê?
Reconhecimento. Ser reconhecida por uma coisa legal que você está entregando. Ah, e o sucesso não aceita preguiça.
Qual pessoa, para você, traduz a ideia de sucesso atualmente? Por quê? [não necessariamente da sua área de atuação]
Meu irmão [João Adibe]. Eu me espelho muito nele, ele tem uma liderança que nasceu nele. Tenho prazer de ser irmão e sócia dele.
Uma qualidade que todas as mulheres de sucesso têm em comum, na sua opinião?
Coragem. Em quase todas as mulheres que eu converso – temos 48% feminino no quadro de funcionárias e 35% de líderes – eu percebo muita coragem. Agora, a mulher se cobra muito, enquanto o homem se joga mais. A mulher precisa se atirar mais e acreditar mais ainda.
Qual o melhor conselho, pessoal ou profissional, que você já ouviu na sua vida?
Do meu pai, que o crescimento é infinito. Depende da sua vontade.
O que está no seu campo de visão, todos os dias, quando se senta na sua mesa de trabalho?
Eu uso muito o celular, é tudo 24h por lá. Para mim é muito prático.
Uma coisa que você mudaria sobre a sua profissão?
Nós somos muito apoiadores de causas sociais. Eu queria além da questão financeira queria doar meu tempo. Estou numa fase da vida que estou começando a ter tempo para ajudar. Mais que privilégio econômico eu tenho consciência que eu preciso ajudar.
Quando foi a última vez que você teve um momento “eureka”?
Carmed Fini! rs
Qual foi o maior desafio da sua carreira profissional?
O desenvolvimento da minha capacidade de delegar. A gente tem que aprender a sair do dia a dia e fazer com que os diretores consigam delegar também.
Como lidar quando os planos não têm sucesso?
A gente aqui vira a página em um segundo, zero sofrência. É isso a vida, nem tudo vai ser um sucesso. Mas você só consegue gerar um sucesso se jogando. Agora, quando não dá certo, você olha o que precisa ser corrigido na rota. Como a gente tem um olhar muito positivo, a gente acaba olhando para o aprendizado, não para o erro.
Do que você abriu mão na vida pessoal, em nome do nome do sucesso profissional?
Nada. Muita gente abre mão da estrutura da família, mas eu consegui construir meu sucesso com muito esforço e minha família com muito sucesso. Eu acho que cultivei grandes amigos na vida. É a melhor coisa da vida. É uma questão de você querer. A gente tem que conseguir colocar na agenda o que de fato é importante.
Do que você jamais abrirá mão em nome do sucesso?
A relação com a minha família. Quando eu entrei nas redes sociais a primeira coisa que eu fiz foi conversar com meu marido e meus filhos, porque você não está sozinho na vida. Qualquer coisa que eles não curtirem eu apago na mesma hora porque o mais importante é a minha relação com eles.
Com Sofia Mendes
Donata Meirelles é consultora de estilo e atua há 30 anos no mundo da moda e do lifestyle.
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O post Karla Felmanas, VP da Cimed: “Você só consegue fazer sucesso se jogando” apareceu primeiro em Forbes Brasil.