No cenário doméstico, o Copom (Comitê de Política Monetária) retirou o trecho que causou mais polêmica no comunicado da reunião anterior. No informe de maio, o Comitê escreveu, na última frase do parágrafo prospectivo: “[o] Copom enfatiza que, apesar de ser um cenário menos provável, não hesitará em retomar o ciclo de ajuste caso o processo de desinflação não transcorra como esperado.” Essa frase provocou alguma especulação, por colocar de volta no cenário a hipótese de altas adicionais da Selic. Sua remoção vai dissipar essa incerteza.
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Ao analisar o cenário, o Comitê informou que “o conjunto dos indicadores mais recentes de atividade econômica segue consistente com um cenário de desaceleração da economia nos próximos trimestres.” Mesmo assim, o texto advertiu que “antecipa-se uma elevação da inflação acumulada em doze meses ao longo do segundo semestre”, e que “diversas medidas de inflação subjacente seguem acima do intervalo compatível com o cumprimento da meta para a inflação.”
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O Comitê reforçou a necessidade de cautela. Ele informou que a manutenção da Selic “é compatível com a estratégia de convergência da inflação para o redor da meta ao longo do horizonte relevante, que inclui o ano de 2024”, e acrescentou que “essa decisão também implica suavização das flutuações do nível de atividade econômica e fomento do pleno emprego”.
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Ainda segundo o comunicado, “a conjuntura atual, caracterizada por um estágio do processo desinflacionário que tende a ser mais lento e por expectativas de inflação desancoradas, segue demandando cautela e parcimônia” e voltou a informar que “a conjuntura demanda paciência e serenidade”.
Segundo Idean Alves, da Ação Brasil Investimentos, o comunicado veio mais “hawkish” que o esperado, apesar de mais suave que os anteriores. “Chama a atenção no comunicado o fato de o Comitê ainda não sinalizar que teremos corte de juros na próxima reunião, o que vai contra o que o mercado esperava”, diz ele.
O Comitê colocou em “dúvida” o desenho final do arcabouço fiscal que ainda vai ser aprovado pelo Congresso Nacional, e como o arcabouço vai afetar as expectativas para a dívida pública e para a inflação.
O post Copom mantém Selic em 13,75% ao ano e volta a pedir “paciência e serenidade” apareceu primeiro em Forbes Brasil.