Quais cores aumentam o valor de revenda de um carro?

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Foto: Divulgação

Audi A3 Sportback

Um estudo anual de como os tratamentos de pintura afetam o valor de um veículo após três anos de uso, com base em uma análise de mais de 1,6 milhão de transações realizadas pelo marketplace iSeeCars.com, descobriu que os proprietários de veículos de três anos pintados em amarelo brilhante acabarão, em média, embolsando até US$ 3 mil adicionais em valor de revenda em comparação com veículos semelhantes, mas com cores que são mais populares, como cinza, prata e preto.

Veja carros em diferentes tons de amarelo:










“Os carros amarelos continuam a representar a maior disparidade entre quantos são produzidos e quantas pessoas querem um”, explica Karl Brauer, analista executivo da iSeeCars. “Embora poucas pessoas queiram um carro amarelo, claramente há mais pessoas que querem um do que a oferta, e é por isso que o amarelo tem um desempenho tão bom no mercado secundário. O mesmo pode ser dito sobre laranja e verde, cores que você não vê com frequência, mas obviamente têm maior demanda do que oferta”, acrescenta.

No entanto, os tratamentos de pintura mais valiosos tendem a variar um pouco de acordo com o segmento de mercado. Por exemplo: o site descobriu que, embora o amarelo seja a cor de maior valor de revenda entre SUVs, conversíveis e cupês, o bege tem a pontuação mais alta entre as picapes. Alguns segmentos parecem ser discrepantes nesse aspecto, porém, com o marrom (sim, marrom) levando o prêmio entre os sedãs, e o verde trazendo mais dinheiro na hora da revenda entre as minivans.

E antes que alguém pergunte, não, não é verdade que os carros pintados de vermelho ou em qualquer outro tom chamativo são mais propensos a serem multados do que aqueles que vêm em cores mais conservadoras.

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É claro que épocas e tendências mudam com o passar dos anos e, como dizem no setor de serviços financeiros, o desempenho passado não é necessariamente uma previsão do futuro. Mas, atualmente, o amarelo tem sido a cor que mantém o valor de um veículo com mais tenacidade por vários anos. Veículos de dois tons estão se tornando mais predominantes hoje em dia, especialmente entre SUVs, então daqui a três anos poderemos ver, por exemplo, uma combinação de laranja e branco subindo na tabela de valor de revenda.

Enquanto isso, aqui estão os matizes que a iSeeCars.com diz que manterão os valores de seus respectivos veículos após três anos, com a porcentagem média de depreciação observada: amarelo (-13.5%), bege (-17.8%), laranja (-18.4%), verde (-19.2%), vermelho (-20.6%), branco (-21.9%), azul (-22.0%), cinza (-22.5%), roxo (-22.7%), prata (-23.2%), preto (-23.9%), marrom (-24.0%) e dourado (-25.9%).

No Brasil

Um dos últimos relatórios de popularidade de cores automotivas, da PPG, é referente a 2021 e destacava que 40% dos modelos mais produzidos no ano, na região da América do Sul, eram da cor branca, seguidos pelas cores prata (17%), cinza (16%) e preta (14%).

Na região, a popularidade dos carros no tom vermelho havia diminuído, passando de 9% em 2015 para 6% em 2021.

À época, Lui Strambi Farina, colorista da PPG para o negócio de tintas automotivas, afirmou que a escolha da cor estava (e aparentemente ainda está) diretamente vinculada ao valor de revenda, que, por sua vez, está vinculado ao mix de oferta do mercado devido à popularidade. “Há também uma forte tendência global de carros em cores sólidas, que possuem custo de produção menor”, disse o executivo.

Globalmente, o branco (35% dos veículos fabricados) e o preto (18%) eram as escolhas predominantes de compradores de veículos, embora a demanda pelo cinza tivesse crescido 2% em cada um dos últimos dois anos. As tonalidades de azul se mantinham fortes em 8%, enquanto as tonalidades vermelhas caíram para 7% dos veículos fabricados, o que foi causado por uma queda de 1,5% entre os consumidores norte-americanos. Além disso, o estudo mostrava a crescente popularidade das tonalidades cinza, verde e violeta, aplicadas em modelos esportivos, SUVs e caminhonetes.

O verde – com sua conexão com a natureza, a sustentabilidade e a inclusão – mantinha-se forte no mundo todo e, segundo o relatório, continuaria sendo um importante espaço de cor para a indústria automotiva.

“O verde também é considerado uma cor de ‘sinal de trânsito’ e atua para todos como um indicador para seguir adiante, sendo uma cor segura e confiável”, explicou Misty Yeomans, gerente de estilização de cores da PPG, OEM automotiva das Américas. Segundo ela, a cor possui duas direções: uma esportiva, revigorante e vívida, e outra orgânica e mais escura, com tonalidades mais profundas – desenvolvidas como verdes-escuras luxuosas com uma atitude esportiva e inovadora.

Em seu 69º relatório aual de popularidade global de cores automotivas, a Axalta, outra fornecedora de tintas (líquidas e em pó), identificou que grande parte dos automóveis em circulação em 2021 era branca (35%), seguido por carros na cor preta (19%) e cinza (19%) – tendo este último tom aumentado em quatro pontos percentuais em todo o mundo.

“Os veículos brancos são predominantes em estradas do mundo desde 2011, e a Ásia é líder na fabricação de carros dessa cor. Em geral, a predominância de veículos brancos chegou a 39% em 2017, mas foi arrefecendo em diversas regiões desde então. Este ano, o branco diminuiu três pontos percentuais, em grande parte devido a uma diminuição verificada especialmente na China, com queda de 7%”, detalhava o estudo.

Pelo terceiro ano consecutivo, a Europa foi a única região a reportar o cinza como a cor mais popular, com 27% de predominância. A cor prata era mais popular na América do Sul, uma vez que ocupava o segundo lugar com 23% dos veículos observados. A cor preta, presente em 22% dos carros na Europa naquele ano, continuava a se destacar no segmento do luxo. A América do Norte tinha a maior quantidade de carros vermelhos novos em circulação, com 8%.

Relatórios referentes ao consumo de cores em 2022 ainda não foram divulgados.

*Jim Gorzelany é um veterano jornalista automotivo baseado em Chicago dedicado a fornecer notícias, opiniões, dicas e análises oportunas para ajudar a maximizar seus investimentos automotivos. Além da Forbes, é colaborador regular dos veículos Carfax.com, Motor1.com e MyEV.com, além de escrever frequentemente sobre tópicos automotivos para outras publicações e sites nacionais e regionais. Seu trabalho também aparece em jornais nos Estados Unidos, distribuídos pela CTW Features.

(Traduzido por Rodrigo Mora).

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