A cautela com a concorrência levou a dentista curitibana Andrezza Fusaro a começar o negócio que mudaria sua vida. Seu primeiro consultório ficava em um espaço modesto, no centro da capital paranaense. Em 2015 o sucesso na atividade a levou a pensar em expansão. “Aluguei um espaço vizinho, muito maior, para ampliar as atividades”, diz ela. “E a imobiliária que tratou do aluguel me disse que o espaço que eu tinha desocupado estava sendo cobiçado por um concorrente.”
Para não ter de enfrentar a concorrência literalmente na casa ao lado, Fusaro manteve a locação do espaço sem um plano definido. “Pensei em alguma coisa ligada à estética, que exigia pouco capital inicial”. Segmentos como depilação a laser e emagrecimento exigiam investimentos pesados.
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No entanto, naquele momento, os dentistas estavam começando a explorar um mercado que era, até então monopólio de dermatologistas: a harmonização facial, em especial por meio das aplicações de botox e dos fios de sustentação facial. “Eram tratamentos dos famosos, dos artistas, pouco acessíveis por que eram muito caros”, diz Fusaro. “Eu pensei em tornar esses procedimentos mais acessíveis, parcelando em 12 vezes no cartão de crédito.”
Foi o embrião da clínica Fusaro, atualmente a Royal Face, empresa com cerca de 250 unidades franqueadas e com vendas de R$ 245 milhões em 2022. E também a mais recente investida da gestora de fundos de private Equity SMZTO, um dos maiores investidores institucionais em franquias no País. O investimento, anunciado nesta terça-feira (13) por um valor não revelado, visa acelerar o crescimento da Royal Face por vias orgânicas e inorgânicas.
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“Esse é um mercado maduro para uma consolidação”, diz José Carlos Semenzato, fundador do SMZTO. “O setor cresce muito, tem poucas barreiras de entrada e é possível expandir as atividades de maneira inorgânica, comprando empresas menores que atuem em verticais diferentes na harmonização facial.”
O percentual adquirido e o valor da aquisição não foram divulgados. Porém, segundo Semenzato, eles estão no perfil habitual dos aportes do fundo: tickets entre R$ 20 milhões e R$ 30 milhões, e participações não controladoras superiores a 20%. “É uma participação minoritária, mas que pode aumentar dependendo das condições do mercado e das perspectivas para a empresa”, diz Semenzato.
Para este ano, diz Fusaro, a expectativa é faturar R$ 300 milhões e ter cerca de 300 unidades franqueadas. “Em média, as unidades faturam R$ 150 mil por mês”, diz ela. “Mas muitas são novas, que ainda estão em fase de maturação.”
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O post Grupo SZMTO adquire participação na rede de franquias Royal Face apareceu primeiro em Forbes Brasil.