A divisão Fox Agro, da consultoria Fox Human Capital, que atua no Brasil e Estados Unidos, acaba de concluir uma vasta pesquisa sobre tendências, cargos e salários no agro, apresentada com exclusividade pela Forbes. Especializada em identificar talentos, a consultoria ouviu multinacionais, grandes empresas e empresas familiares estruturadas. “Conseguirmos olhar para pessoas em cargos técnicos/especialistas, quanto em cargos de gestão dentro dessa agroindústria integrada de maneira vertical”, diz William Monteath CEO Fox Human Capital Brasil.
O dados do Guia Salarial Agronegócio 2023 foram mapeados em todo o país, a partir de processos seletivos em 150 empresas para 500 colocações, realizados entre janeiro e maio deste ano. As contratações foram para diretores e C-Levels nas mais diversas posições, como diretoria, gerência e coordenação.
Confira cargos e salários
As tendências das capacitações para o agro
Além de cargos e salários, a pesquisa da Fox Human também identifica tendências a partir do olhar dos headhunters; as áreas mais aquecidas em 2023 no mercado do agro e as características almejadas por grupos multinacionais e empresas familiares.
Para Ícaro Carbonari, gerente da Fox Agro, o mercado do agro apresenta um cenário promissor e desafiador ao mesmo tempo. “A adoção de tecnologias avançadas, como a agricultura de precisão, tem se mostrado fundamental para aumentar a eficiência e a produtividade. Nesse contexto, a inovação, a sustentabilidade e o fortalecimento das cadeias produtivas são elementos-chave para o sucesso do agro”, diz ele. Carbonari diz que o objetivo do levantamento do atual cenário de cargos e salários é que ele auxilie “as empresas na definição de políticas de remuneração competitivas, atraindo e retendo talentos”.
Inscreva sua empresa ou cooperativa no Forbes Agro100 utilizando este link
Siga a ForbesAgro no Instagram
As tendências observadas por headhunters se concentram em quatro áreas: agtechs, mercado financeiro, recursos humanos e as demandas c-levels.Para as Agtechs, a Fox Agro parte do estudo da Embrapa, do ano passado, mostrando cerca de 1.700 startups do campo em atividade, um crescimento de 8% em relação ao período anterior, o que deve se manter para diferentes regiões e segmentos, como , genética, manejo de culturas (soja, milho, arroz), logística e cadeia de suprimentos, entre outros.
“O setor tem atraído investimentos significativos, tanto de fundos de investimento especializados quanto de grandes empresas do setor agroindustrial que buscam inovação”, informa o Guia. As agtechs têm trazido soluções inovadoras para o setor agrícola brasileir, como uso de drones e sensoriamento remoto, por exemplo, e atraído fundos de investimento e de grandes empresas.
A segunda tendência, “Faria Lima ao campo”, mostra a proximidade cada vez maior do agro com as bolsas de valores nacionais e internacionais, com os setores mais estruturados atuando em derivativos e hedges. “Por conta das dificuldades enfrentadas para encontrar profissionais aptos a liderar estruturas complexas como esta, muitas empresas apoiam-se em um sistema de “Broker as a Service” abaixo do guarda chuva de um CFO, até que novos profissionais sejam desenvolvidos e consigam lidar com a volatilidade que a falta (ou excesso) de chuva ou Sol pode trazer, sem contar fatores do mercado externo”, afirma o Guia.
Leia também:
Gestão de pessoas na fazenda: por que a Conforto, com 130 mil bois, montou um RH
Elas lideram no agro: veja 5 executivas que chegaram ao topo
Forbes Under 30 abre espaço para os talentos do agro
A terceira tendência é a escalada da relevância da área de Recursos Humanos (RH). Atualmente, há um crescimento expressivo em posições focadas na construção de áreas estratégicas de Recursos Humanos. “O que isso quer dizer? Uma área que deixe apenas de ser suporte das demais áreas, e que tenha participação efetiva na tomada de decisão sobre os caminhos estratégicos da empresa, que dê sustentação ao crescimento acelerado temporário (safra), ou contínuo (orgânico, ou através de investimentos externos)”, afirma o Guia.
E por fim, para onde os CEOs estão olhando, como promoções internas antes de partir para contratação em mercado; atração de profissionais de média e alta gestão como desafio geográfico; atração de profissionais de outros segmentos não ligados diretamente ao agro, mas que entendam de interdependências. Os líderes também buscam “cabeça aberta a mudança, flexibilidade, entender as mudanças do dia a dia e resiliência”.
O post Carreira: salários no agro podem chegar a R$ 200 mil apareceu primeiro em Forbes Brasil.